Sociedade

Zero Desperdício já recuperou 277 mil refeições

Em menos de um ano, o movimento Zero Desperdício já recuperou o equivalente a 277.600 refeições em Portugal. O formato simples deste modelo de recuperação de alimentos garante o sucesso do projeto que já captou a atenção da Food and Agriculture Organ
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Em menos de um ano, o movimento Zero Desperdício já recuperou o equivalente a 277.600 refeições em Portugal. O formato simples deste modelo de recuperação de alimentos garante o sucesso do projeto que já captou a atenção da Food and Agriculture Organization (FAO).

por Patrícia Maia


Bastou um simples passo – conseguir a reinterpretação da lei que impedia a recuperação de refeições já preparadas – para acabar com o desperdício de milhares de quilos de alimentos em Portugal. Com a ajuda da ASAE e da empresa de segurança alimentar ALICONTROL, a associação Dariacordar conseguiu definir os 'procedimentos e as boas práticas' que garantem a segurança destas refeições. 
 
A partir daí, nasceu o Movimento Zero Desperdício com uma missão simples: contactar e por em contacto as entidades interessadas, ou seja, as diversas entidades de apoio social e as empresas ou entidades dadoras. Assim se criou uma imensa rede que distribui e reaproveita refeições que, anteriormente, iam parar ao lixo.

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[Assinatura de parceria entre Zero Desperdício e Colégio Militar]

Neste momento, a área de atuação abrange Loures, Sintra, Cascais, e seis freguesias de Lisboa. Nestas zonas, em menos de um ano, já foram recuperadas 277.600 refeições.

Quanto aos dadores, são já cerca de cem, entre restaurantes, hospitais, hotéis, escolas e até entidades governamentais como a Assembleia da República ou o Banco de Portugal. Um dos parceiros mais recentes é o Colégio Militar, que já está a ceder refeições para a zona de Benfica.

Chegar a todo o país e além fronteiras
 

O principal objetivo para 2013 é ampliar o movimento a todo o país e, quem sabe, levar o conceito para fora de Portugal: “Fomos recentemente contactados pela FAO que já conhece o nosso trabalho e eles mostraram-se interessados em exportar a ideia para outros países”, conta ao Boas Notícias o impulsionador do projeto, António Costa Pereira

O movimento está também “a trabalhar com algumas universidades para tentar uniformizar o modelo Zero Desperdício de maneira a criar um manual que poderá ser usado em qualquer zona do país”, acrescenta o responsável. Será uma maneira de ampliar o movimento que poderá oferecer, se necessário, formação na área da segurança alimentar graças à colaboração que mantém com a ASEA e a ALICONTROL.

O sucesso e o crescimento expoencial da iniciativa levou a organização da TEDxCascais a convidar António Costa Pereira, que também é piloto de linha aérea, como orador e a revista Lux a nomeá-lo Personalidade Masculina do Ano na área da Solidariedade. São reconhecimentos que o mentor do movimento recebe com satisfação, “sobretudo porque ajudam a divulgar esta causa na qual estão a trabalhar muitos cidadãos a título probono”. 

O voluntariado é um dos pontos assentes do movimento Zero Desperdício que pretende continuar o seu trabalho com base em parcerias e apoios: “Conseguimos montar um backoffice que está a ser gerido com a ajuda de dois funcionários dos CTT, a Santa Casa da Misericórdia cedeu-nos um espaço e os computadores fomos nós que recebemos no programa Preço Certo”. 

Selo Zero Desperdício é sinónimo de prestígio

“Não queremos envolver dinheiro porque a ideia não é montar um negócio mas sim repensar todo um sistema. Isso deixa-nos mais dependentes da boa vontade dos outros mas temos conseguido importantes conquistas, até porque o movimento já é conhecido e há cada vez mais entidades que se querem associar”, diz o presidente da Dariacordar.

Image and video hosting by TinyPicFoi o caso da Liga Europeia de Futebol que fez, recentemente, um evento no hotel Sheraton e “contactaram o movimento porque queriam que aquele fosse um evento Zero Desperdício”.
 

António Costa Pereira (na foto ao lado) faz questão de sublinhar que este “não é um movimento que assenta na caridade, mas sim um conceito que traz vantagens sociais, económicas e ambientais”.

Numa altura em que o Parlamento Europeu quer nomear 2014 o Ano Contra o Desperdício Alimentar, estas são soluções urgentes e que colocam, no centro da discussão, Portugal como um exemplo de pioneirismo e boas práticas.

Clique AQUI para visitar o Facebook do movimento atualizado com as últimas novidades.

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