A evolução destes pacientes foi comparada com o progresso de pessoas que estavam em estado de coma mas que não foram expostas ao registo sonoro das famílias. A conclusão destas comparações foi publicada, este mês, no jornal Neurorehabilitation and Neural Repair.
“Acreditamos que ouvir estas vozes ajuda os pacientes a reativar os circuitos do cérebro responsáveis pela memória a longo prazo”, explica a líder do estudo, Theresa Pape, em comunicado de imprensa. “Esse estímulo é o primeiro passo para a consciência”, acrescenta a neurocientista.
Através de scans de MRI os investigadores monitorizaram a reação cerebral dos pacientes que ouviram as gravações. Quando expostos ao som das vozes e das estórias familiares, os neurónios registaram um aumento da atividade nas zonas do cérebro associadas a memória e a linguagem.
Algumas semanas após o início do tratamento, Godfrey começou a responder a perguntas da sua terapeuta através de gestos e pouco depois despertou do estado de coma. Agora, está de volta à sua família ainda que tenha permanecido com algumas lesões que o obrigam, por exemplo, a mover-se de cadeira de rodas.
Entretanto, Godfrey recuperou do seu estado vegetativo. O seu testemunho reforça a teoria de Pope. Godfrey disse aos investigadores que se lembra de ouvir a voz da mulher e dos irmãos durante o tempo em que esteve inconsciente.
Também a esposa de Godfrey acredita que esta terapia foi fundamental: “o tratamento através da voz fez uma diferença dramática na sua recuperação, sei que ajudou a trazê-lo de volta”, reitera a mulher do paciente.
Notícia sugerida por Maria da Luz