A equipa da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova Iorque, verificou que quando a vitamina C é administrada em conjunto com os medicamentos de combate à tuberculose é possível aumentar a eficácia dos fármacos e, com isso, reduzir o tempo de tratamento dos doentes.
A descoberta foi feita em laboratório quando a equipa estava a tentar perceber porque motivo, em determinados casos, as bactérias da tuberculose se tornam resistentes à isoniazida, um potente medicamento contra a doença.
William Jacobs, líder da investigação, explica no site oficial da faculdade, que a equipa tentou adicionar isoniazida e um agente redutor, a cisteína, às bactérias 'normais' para que estas desenvolvessem uma maior resistência. Mas ao contrário do que esperavam, acabaram por matar a toda a cultura, “algo totalmente inesperado”, refere o investigador norte-americano.
A suspeita da equipa era que a cisteína ajudava a matar as bactérias, atuando como um “agente redutor”. William Jacobs afirma que, “para testar esta hipótese, foi repetida a experiência usando isoniazida e um agente redutor diferente – a vitamina C”.
“Ficámos espantados por verificar que a vitamina C não só esterilizou as bactérias da tuberculose sensíveis aos medicamentos como as bactérias que são resistentes ao medicamentos”, explica William Jacobs.
Segundo a equipa, a vitamina C conduz à chamada reação Fenton, que leva as moléculas a produzir espécies reativas de oxigénio – os chamados radicais livres – que levaram à morte da bactéria da tuberculose.
Vitamina C é barata e segura
Uma vez que o processo foi estudado em laboratório, William Jacobs afirma que ainda não é possível saber ainda “se a vitamina C funcionará em seres humanos”, mas o investigador salienta que “agora existe uma base reacional para realizar testes clínicos”.
“Também ajuda saber que a vitamina C é barata, que se encontra facilmente disponível e que é muito segura para se usar. Pelo menos, este trabalho revelou-nos um novo mecanismo que podemos agora explorar para combater a tuberculose”, explica o líder da investigação.
As variantes da tuberculose resistentes aos medicamentos são um problema cada vez maior a nível mundial. Atualmente, cerca de 650 mil em todo o mundo estão diagnosticadas com a bactéria multiresistente.
Clique AQUI para aceder ao estudo completo publicado esta terça-feira na revista Nature Communications (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz