Um vigilante ao serviço do Metro do Porto salvou, na madrugada de segunda-feira, uma mulher que se preparava para se atirar ao rio Douro com os dois filhos bebés, um com um ano e outro com apenas um mês de vida.
Um vigilante ao serviço do Metro do Porto salvou, na madrugada de segunda-feira, uma mulher que se preparava para se atirar ao rio Douro com os dois filhos bebés, um com um ano e outro com apenas um mês de vida. Graças à intervenção rápida de Paulo Silva, os três foram colocados em segurança.
O Jornal de Notícias adianta que Paulo Silva e um colega, também funcionário da empresa de segurança Prosegur, se encontravam em vigilância no tabuleiro superior da ponte D. Luís quando viram surgir uma mulher, descalça e de pijama, trazendo ao colo dois bebés.
Ao aperceber-se de que a jovem, que, soube-se mais tarde, é uma imigrante do Bangladesh, tinha saltado o gradeamento da ponte, o segurança correu na sua direção e conseguiu agarrar a mãe e as duas crianças, puxando-as para uma zona segura, já com a ajuda do seu companheiro.
“Ela desatou a gritar palavras impercetíveis enquanto eu tentava sossegá-la dizendo-lhe que era amigo e que se acalmasse. Já ajudado pelo meu colega, colocámos os três junto à linha do Metro, no meio da ponte, e chamámos a PSP e o INEM”, contou Paulo Silva àquele jornal, assegurando que, na altura, a mulher não deu explicações.
“Quando os vi aproximarem-se da ponte, reparei que ela olhava repetidamente para trás, como se fosse perseguida, mas não havia ninguém. O que me levou a correr ao seu encontro foi o facto de ela, de repente, cerrar com força os meninos contra si. Aí, instintivamente, percebi que se ia matar. Não me enganei porque ela subiu o gradeamento num ápice. Mais um segundo e não chegaria a tempo”, garantiu.
Paulo Silva não se considera um herói
Apesar de o seu ato estar a ser louvado por muitos portugueses, em particular na Invicta, onde tudo aconteceu, Paulo Silva faz questão de destacar que não é um herói. Segundo o vigilante, naquilo que fez houve apenas um sentimento “de fraternidade e obrigação de ajudar quem precisa de nós”.
Na presença da PSP e dos técnicos do INEM, a mulher acabou por admitir que tencionava, de facto, por fim à vida, levando os filhos consigo, depois de, momentos antes, ter sido agredida pelo marido, um comerciante também oriundo do Bangladesh.
A mãe e os dois bebés foram levados até ao Hospital de São João, tendo a mulher ficado em observação com o apoio dos serviços de Psiquiatria e as crianças entregues aos cuidados da Pediatria daquela unidade hospitalar.
[Notícia sugerida por Carla Neves e Maria Manuela Mendes]