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“A principal causa de problemas de saúde e de incapacidade em todo o Mundo” – Organização Mundial de Saúde
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por Sara Alcobia Coelho, médica de Medicina Geral e Familiar

Mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão. Em Portugal a prevalência é elevada, com pelo menos 8% da população afetada em cada ano. O seu diagnostico é clínico, e pressupõe que um dos sintomas seja o humor deprimido (presente na maior parte do tempo e na maioria dos dias) ou a perda de interesse ou prazer na maioria das atividades da vida diária, sintomas que podem não ser evidentes. Outras queixas descritas classicamente são variações de peso ou de apetite, alterações do sono, agitação ou lentificação, fadiga, sentimentos de inutilidade ou de culpa inapropriados, pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, ou tentativa de suicídio.

No entanto, grande parte dos sintomas são inespecíficos e poderão ser experienciados por qualquer indivíduo em alguma circunstância de vida, podendo não estar relacionados com um diagnóstico de depressão. Apesar dos sintomas clássicos, não é rara a manifestação com predomínio de sintomas físicos em vez de queixas “emocionais” (como dores, queixas gastro-intestinais ou urinárias). Podem ainda associar-se sintomas de ansiedade, alterações do comportamento, ou consumo de substâncias. As perturbações depressivas representam assim um espectro de doenças que podem ter diversas manifestações e coexistir com outras patologias. Dada a sua complexidade, é da maior importância a observação atempada por profissionais de saúde.

O tratamento é individualizado, e há modalidades de tratamento não farmacológico e farmacológico efetivas. O 1º passo, e provavelmente o mais importante, é a procura de ajuda, que habitualmente é tardia pela existência de sentimentos de culpa, desesperança, ou pelo estigma social, que importa combater. A depressão é uma doença real, não é um problema de carácter ou estado de espírito, e pode afetar qualquer pessoa em qualquer altura.

Os familiares e amigos têm um papel fundamental. Devem deixar bem claro que pretendem ajudar, estar sensibilizados para o problema e disponíveis para dialogar, sobretudo para ouvir sem julgar, com empatia, compreensão e respeito. Devem encorajar a procura de ajuda, ajudar a manter uma atividade física regular, e prestar apoio nas restantes atividades. A paciência e a perseverança são essenciais, já que a recuperação pode ser morosa.

A Organização Mundial de saúde (OMS) lançou em 2017 uma campanha com o slogan “Depressão. Vamos falar!”, com o objetivo de consciencializar para que mais pessoas com depressão procurem e recebam ajuda. O site e a página de facebook da OMS – WHO (World Health Organization) disponibilizam informação muito útil, incluindo vídeos com recomendações práticas para doentes e seus conviventes próximos. Já o site português “eulutocontraadepressão.eutimia.pt.pt” reúne informação interessante sobre a doença e suas consequências. A depressão é uma doença complexa e incapacitante, mas é tratável. O primeiro passo é falar, com familiares ou amigos, e com profissionais de saúde. Vamos falar!

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