A taxa de crescimento média do desempenho português ao longo deste período fixou-se em 0,9, dois pontos acima da média europeia (0,7), segundo o European Innovation Scoreboard 2016. O ranking de inovação da Comissão Europeia regista ainda uma melhoria da performance nacional em 13 dos 25 indicadores analisados e demonstra que, em 2014 e 2015, o desempenho de Portugal em matéria de inovação aumentou para 80% da média europeia.
Esta evolução não foi, ainda assim, suficiente para segurar a posição ocupada por Portugal no ranking europeu. Atualmente na 18ª posição do ranking, o país cai uma posição face a 2015, pelo que se mantém no grupo de países “moderadamente inovadores”, isto é com performances em inovação inferiores à média europeia, acompanhado pela Croácia, Chipre, República Checa, Estónia, Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Eslováquia e Espanha.
Analisando estes resultados ao detalhe, percebemos que os recursos humanos e a excelência dos sistemas de investigação se assumem como os pontos fortes da economia de inovação em Portugal. Com efeito, é nos indicadores “copublicações científicas internacionais” e “novos doutorados graduados” que o país regista os resultados mais positivos. O desempenho português supera a média europeia em mais quatro indicadores. Contudo, Portugal ainda aparece abaixo da média europeia na maioria dos indicadores, particularmente ao nível dos impactos na economia e na utilização de ativos intelectuais, com os indicadores “receitas internacionais provenientes de licenciamento e patentes”, “submissão de patentes” e “submissão de patentes para desafios societais” a apresentarem desempenhos significativamente abaixo da média europeia.
Temos, deste modo, um desafio pela frente: transformar o esforço de Investigação & Desenvolvimento (I&D) em resultados com impacto económico. A Agência Nacional de Inovação (ANI) pretende contribuir para esta valorização do conhecimento, incrementando e melhorando a colaboração e articulação entre empresas e Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN). Acreditamos que esse caminho deverá ser trilhado apostando na integração e na complementaridade de instrumentos ao longo da cadeia de valor de transferência e comercialização do conhecimento. Os novos concursos públicos lançados pelo Governo no âmbito do Portugal 2020, com uma dotação orçamental superior a 47 milhões de euros para o reforço da I&D, desenvolvimento tecnológico e inovação, assumem-se como uma excelente oportunidade para apoiar e qualificar a I&I em colaboração entre empresas e entidades científicas.
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