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Universidades do Minho e Valência acolhem sede europeia para a investigação microbiana 

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As universidades do Minho e de Valência, em Espanha, vão acolher a sede pan-europeia da Infraestrutura de Investigação de Recursos Microbianos (MIRRI), uma plataforma que visa facilitar o acesso e a gestão legal de recursos microbianos para o desenvolvimento de soluções sustentáveis no domínio das biotecnologias.

A proposta foi apoiada pelos governos português e espanhol, tendo sido aprovada há dias numa reunião com representantes dos sete países membros (Bélgica, França, Grécia, Letónia, Polónia, Portugal e Espanha) que assinaram até à data o memorando de entendimento do MIRRI. No campus de Gualtar da UMinho, em Braga, vai ficar a sede estatutária do organismo e no campus de Paterna da Universidade de Valência vão ser instalados os serviços informáticos e telemáticos, apoiados pela LifeWatch, uma plataforma eletrónica de referência mundial na proteção, gestão e uso sustentável da biodiversidade.

MIRRI será estabelecido como uma entidade legal sem fins lucrativos, seguindo um modelo distribuído com uma unidade central de coordenação e com “nós nacionais” nos vários Estados parceiros. “Pretende-se facilitar o acesso, a nível europeu, a uma ampla gama de recursos microbiológicos e aos dados a eles associados de alta qualidade, dentro de um quadro legal compatível”, explica Nelson Lima, professor catedrático e diretor da Micoteca da UMinho. “Ao promover o acesso a competências e ao fornecer uma plataforma colaborativa que aproxima cientistas de vários centros e repositórios microbiológicos europeus, o MIRRI quer apoiar e fomentar o desenvolvimento de investigação no campo da biotecnologia, gerando soluções eficientes para os grandes desafios da sociedade e estimulando a interação entre a academia e a bioindústria”, acrescenta.

A proposta agora aprovada foi elaborada por Nelson Lima e Rosa Aznar, diretora da Coleção Espanhola de Cultivos Tipo da Universidade de Valência, contando com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, bem como da Secretaria de Estado da Investigação e Inovação, do Ministério da Economia, Indústria e Competitividade de Espanha. Após a fase preparatória, financiada pelo programa-quadro FP7 com um orçamento superior a três milhões de euros, o MIRRI entra na sua fase de consolidação. O processo de formalização do MIRRI-European Research Infrastructure Consortium está agendado para setembro, tendo em vista a sua constituição como entidade legal reconhecida pela Comissão Europeia até ao final de 2019.

O que são recursos microbianos?

Os recursos microbianos depositados nas coleções de culturas públicas e de serviços, como a Micoteca da UMinho, são microrganismos que representam uma miríade da biodiversidade invisível com relevância ambiental, industrial e clínica. Os microrganismos e seus produtos derivados têm um elevado impacto no bem-estar do ser humano pela capacidade de produzirem produtos milenares de fermentação, como a cerveja e o queijo, mas também de fornecerem antibióticos como a penicilina ou novas soluções biotecnológicas para aplicar na indústria alimentar, farmacêutica ou química. Estão ainda na base de milhares de processos patenteados com contributos importantes na reciclagem de lixo e subprodutos industriais e na produção de novas alternativas de energia. Os microrganismos são também essenciais para o estudo de novas doenças infeciosas. Alguns podem ser nocivos para pessoas, animais ou plantas.

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