O curso de Criminologia e Justiça Criminal da Universidade do Minho foi o mais difícil de entrar neste ano letivo em todo o ensino superior público nacional. A licenciatura teve neste seu ano de estreia 254 candidatos em primeira opção para as 20 vagas do concurso nacional de acesso, o que significa que apenas 7.9% entraram.
Dito de outra forma, daria para abrir quase 13 turmas. Os dados constam do “Índice de satisfação da procura” da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), que contrapõe o número de vagas com o número dos alunos que colocaram essa formação como primeira opção.
Para o diretor da licenciatura em Criminologia e Justiça Criminal, a grande procura deve-se à crescente importância social da área, à expectativa gerada nos últimos anos pela criação do curso e à sua qualidade científica, envolvendo a Escola de Direito, a Escola de Psicologia e o Instituto de Ciências Sociais da UMinho. “A sociedade precisa de pessoas especializadas no conhecimento da realidade psicológica, social e judicial do crime, pois são uma mais-valia na avaliação das questões do terrorismo, na investigação forense, nos processos de interrogatório aos arguidos, no estudo da vitimologia e no apoio à reinserção social”, justifica Fernando Conde Monteiro.
Este campo de estudo “é recente em Portugal, mas está muito desenvolvido em países como Reino Unido e EUA”, realça. O curso – que tem três anos de duração e decorre no campus de Gualtar, em Braga – teve 254 candidatos em primeira opção, mas foram quase 900 a elencá-lo nas seis escolhas possíveis no boletim de acesso ao superior. O curso conta atualmente com 25 alunos, sendo que 20 entraram pelo concurso normal e cinco por outros regimes de ingresso. O “Índice de satisfação da procura” da DGES confirma também que a UMinho foi a que teve a nível nacional mais candidatos em termos proporcionais nos cursos de Design e Marketing de Moda, Línguas e Culturas Orientais, Línguas Aplicadas, Medicina e Engenharia Têxtil, entre outros.