Se uma maçã traz saúde e alegria, o mesmo pode dizer-se de um abraço. É o que garante um novo estudo da Universidade de Carnegie Mellon, nos EUA, que revela que os abraços são uma arma poderosa para proteger a saúde dos mais "stressados".
Se uma maçã traz saúde e alegria, o mesmo pode dizer-se de um abraço. É o que garante um novo estudo da Universidade de Carnegie Mellon, nos EUA, que revela que os abraços são uma arma poderosa para proteger a saúde dos mais “stressados”, prevenindo doenças como a gripe.
Os investigadores, coordenados por Sheldon Cohen, professor de psicologia daquela universidade, decidiram avaliar o potencial dos abraços como forma de apoio social, tendo descoberto que mais abraços oferecem uma maior proteção contra o aumento da suscetibilidade às infeções que se faz sentir em indivíduos em situações difíceis e geradoras de ansiedade.
O estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Psychological Science, debruçou-se sobre o abraço por se tratar, tradicionalmente, de um indicador de uma relação íntima e próxima com outra pessoa, explica um comunicado divulgado esta quarta-feira pela universidade norte-americana.
Cohen e os colegas avaliaram 404 adultos saudáveis através de um questionário que procurou apurar em que medida se sentiam apoiados emocionalmente, qual a frequência dos conflitos interpessoais com que se debatiam e qual a regularidade dos abraços no seu dia-a-dia.
Os voluntários foram, depois, expostos intencionalmente ao vírus da gripe e monitorizados em quarentena para análise da seriedade da infeção e dos sinais de doença.
“Sabemos que o organismo das pessoas que estão em situação de conflito com os outros” e, consequentemente, de fragilidade emocional, “tem menos capacidade de combater o vírus da gripe”, afirma Cohen, que acrescenta que um maior apoio em termos sociais tende a estar, também, associado à prevenção dos estados de stress que conduzem à depressão ou à ansiedade.
Os resultados do estudo mostraram que a sensação de apoio emocional exterior tida pelos voluntários reduziu o risco de infeção, sendo os abraços responsáveis por um terço do efeito protetor. Entre os pacientes infetados, uma maior sensação de apoio e um maior número de abraços traduziram-se em gripes com sintomas menos severos.
“Estas conclusões sugerem que ser abraçado por uma pessoa em quem se confia pode ser um meio eficaz de dar apoio [aos outros] e que aumentar a frequência dos abraços pode ser uma forma eficiente de reduzir oos efeitos devastadores do stress”, defende Cohen.
Segundo o psicólogo, o efeito protetor dos abraços “pode dever-se ao contacto físico propriamente dito ou ao facto de os abraços serem, socialmente, considerados um indicador de apoio e intimidade”.
Porém, independentemente da justificação, é facto que “quem recebe mais abraços está mais protegido contra as infeções”, finaliza.