O gigante das sementes transgénicas vai desistir de tentar obter novas autorizações para plantar os seus produtos geneticamente modificados (OGM) na União europeia.
O gigante das sementes transgénicas vai desistir de tentar obter novas autorizações para plantar os seus produtos geneticamente modificados (OGM) na União europeia. A Monsanto tomou esta decisão, revelada esta semana, devido à forte oposição que se tem feito sentir em território europeu.
“Já não vamos pedir as aprovações para o cultivo de novas culturas de OGM na Europa”, disse Brandon Mitchener, representante da Monsanto na Europa, acrescentando que a multinacional norte-americana vai focar o seu negócio nas sementes convencionais e na sua venda para a União Europeia (UE).
A informação foi confirmada pela Comissão Europeia, que disse que “tomou nota da decisão” da Monsanto, que desenvolve OGM e produtos agroquímicos amplamente utilizados nos Estados Unidos e noutros países.
A Monsanto tinha cerca de seis pedidos de autorização de produção de OGM, principalmente sementes de milho e soja, agora retirados, mas mantém a solicitação da renovação do milho MON 810, plantado sobretudo na Península Ibérica.
Greenpeace aplaude decisão
A organização ambientalista Greenpeace já saudou a atitude da Monsanto. “São boas notícias para a ciência e investigação na Europa”, disse Mark Breddy, porta-voz da Greenpeace Europa, citado pela agência Lusa.
“Ao longo do último par de décadas, os produtos geneticamente modificados provaram ser uma tecnologia ineficiente e impopular, com riscos inaceitáveis para o nosso meio ambiente e saúde”, acrescentou Breddy.
Vários países europeus – como a França, a Alemanha, a Áustria e a Espanha – proibiram a plantação de produtos transgénicos no seu território.
Segundo a Reuters, em Setembro de 2012, um grupo de investigadores franceses da Universidade de Caen divulgou um
estudo onde revelam que ratinhos alimentados com milho modificado da Monsanto morrem mais cedo do que os animais alimentados com milho não modificado. No entanto, o estudo foi contestado pela European Food Safety Authority e outras entidades.
Protesto global
No passado mês de Maio, milhares de pessoas, em mais de 50 países, protestaram contra o gigante das sementes transgénicas. Em Portugal, quatro cidades juntaram-se ao movimento, com Lisboa a liderar o protesto reunindo centenas de manifestantes em frente ao parlamento.
Após este protesto, que registou forte adesão na Europa, a Monsanto manifestou, pela primeira vez, intenção de retirar os pedidos que tinha pendentes no espaço europeu.
Notícia sugerida por Leonor Brito
Comentários
comentários