O Dia da Europa, que assinala a declaração que lançou as bases da União Europeia, celebrou-se este fim de semana um pouco por todo o continente. Nas comemorações deste dia, em Matosinhos, a ministra do Trabalho, Helena André, pediu uma Europa ma
O Dia da Europa, que assinala a declaração que lançou as bases da União Europeia, celebrou-se este fim de semana um pouco por todo o continente. Nas comemorações deste dia, em Matosinhos, a ministra do Trabalho, Helena André, pediu uma Europa mais solidária. O dia da Europa coincide ainda com os 65 anos do fim da II Guerra Mundial, que também foram assinalado um pouco por todo o continente.Foi há 60 anos que, na Sala do Relógio do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, a Europa lançou as suas raízes. Foi aí que o então ministro dos Negócios Estrangeiros Robert Schuman pronunciou a declaração fundadora da Comunidade Europeia.
Era o dia 9 de Maio de 1950. À frente dos jornalistas, o chefe da diplomacia francesa fez um apelo, ao inimigo recente, a Alemanha: propôs-lhe que juntasse as suas produções de carvão e de aço às de outros países, materiais fundamentais para a indústria do armamento.
Mas o futuro primeiro-francês ministro, Robert Schuman, foi ainda mais longe ao propor que fosse uma Alta autoridade comum a ambos os países a gerir estas produções. E chamou os outros países que desejassem a juntar-se, nesta aventura.
“A França sempre teve como objectivo essencial, servir a paz. A Europa não tem feitos, tivemos a guerra. A Europa não se fará com um golpe, nem numa construção conjunta: far-se-á com realizações concretas, criando uma solidariedade de facto”, disse nesse dia Robert Schuman.
Um ano depois, seis países criaram a CECA, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço que deu origem à Comunidade Económica Europeia e depois à actual União Europeia, que conta agora 27 estados. Portugal é membro da UE desde 1986.
Ministra pede uma Europa mais solidária
Em Matosinho, na abertura das comemorações em Portugal do Dia da Europa, a ministra do Trabalho e Solidariedade Social, Helena André, defendeu este domingo uma “Europa mais unida” para fazer face aos “ataques especuladores” que têm como “presas” preferenciais a Grécia, Portugal e Espanha.
“Precisamos de ter uma Europa mais unida e mais solidária, para poder fazer face àquilo que têm sido os ataques especuladores contra alguns países, inclusivamente contra Portugal”, afirmou Helena André em Matosinhos, citada pela agência Lusa.
A sessão, centrada no Ano Europeu Contra a Pobreza e Exclusão Social, contou também com a presença do comissário europeu para o Emprego, Assuntos Sociais e Exclusão, László Andor, que voltou a considerar “inaceitável” que “quase 84 milhões de europeus” vivam abaixo do limiar da pobreza.
László Andor elogiou os esforços que Portugal está a fazer no combate à pobreza, enquanto a ministra do Trabalho admitiu, sem quantificar, que o país terá de ser “ambicioso” nesta matéria.
“Em 10 anos, Portugal conseguiu reduzir de 26 para 18 por cento o risco de pobreza do nosso país. Contudo, penso que temos de ter alguns objetivos ambiciosos”, afirmou, acrescentando que esses objetivos estão a ser negociados no quadro europeu.
60 anos de UE e 65 do fim da II Guerra
A celebração do 60º aniversário do relatório Schumann, “certidão de nascimento” da Europa unida, coincide com 65 anos do fim da II Guerra Mundial. Um pouco por todo o continente, celebrou-se o fim daquele conflito.
O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, prestou homenagem, este sábado, aos habitantes da Alsácia e da Lorena, que foram incorporados à força no exército alemão na II Guerra Mundial.
No seu discurso aos alemães, a chanceler Angela Merkel, que hoje enfrenta um difícil teste eleitoral, apelou à necessidade de combater o anti-semitismo. “Devemos assumir uma responsabilidade perpétua face às vítimas da guerra”, declarou.
A Rússia comemorou este domingo o fim da II Guerra Mundial com uma parada em Moscovo que pretende constituir um sinal de pujança política e militar. Cerca de 40 chefes de Estado e de Governo participaram na cerimónia.