A União Europeia (UE) acaba de aprovar o primeiro tratamento para a mielofibrose, uma doença crónica e debilitante causada por uma acumulação de células malignas na medula óssea e que afeta entre 500 a 1.500 pessoas em Portugal.
A União Europeia (UE) acaba de aprovar o primeiro tratamento para a mielofibrose, uma doença crónica e debilitante causada por uma acumulação de células malignas na medula óssea e que afeta entre 500 a 1.500 pessoas em Portugal.
Em comunicado, a Associação de Pacientes com Mielofibrose em Portugal congratulou-se com a aprovação europeia desta primeira terapia para a patologia, que aumenta a esperança para todos os doentes do País.
“A mielofibrose é a pior das doenças mieloproliferativas e é tão debilitante quanto fatal”, alerta Sónia Chamberlain, presidente da Associação de Pacientes com Mielofibrose em Portugal (APMP).
De acordo com a dirigente, “os doentes com mielofibrose não tinham qualquer terapêutica direcionada para a patologia”, pelo que esta aprovação “trouxe esperança para todos os doentes em Portugal”. “Esperemos brevemente ter à disposição uma terapêutica que nos permitirá viver e não somente sobreviver”, confessa Chamberlain.
A mielofibrose é motivada por uma acumulação de células malignas que dão origem a fibrose na medula óssea, limitando a produção de sangue e, consequentemente, causando anemia. Devido a esta limitação, o baço, bem como outros órgãos, assume o lugar de produtor de células, o que o faz sofrer um aumento de dimensões significativo.
Os doentes têm, portanto, “uma má qualidade de vida, com fadiga, perda de peso, dores abdominais, suores nocturnos, e dores ósseas”, explica a presidente da APMP, acrescentando que “normalmente, o tempo de vida [pós-diagnóstico] é de cinco a sete anos, mas, em cerca de 20% dos casos, a doença transforma-se em leucemia mielóide aguda”.
A maior parte dos pacientes têm entre os 60 e os 70 anos e esta é uma patologia rara, que afeta cerca de duas em cada 100.000 pessoas. Estima-se que todos os anos sejam diagnosticados 50 novos casos em Portugal.
De salientar que, no nosso país, há já uma população alargada de doentes a beneficiar desta terapêutica em resultado de um ensaio clínico que está a decorrer e que tem como objetivo a recolha de dados adicionais de segurança.