A investigação desenvolvida ao longo dos últimos cinco anos pelo especialista em biotecnologia vegetal Jorge Canhoto e Filomena Gomes centrou-se na melhoria do comportamento vegetal do medronheiro, “uma planta com grande potencial económico e ambiental, mas ainda pouco estudada” e pouco aproveitada em território nacional.
De acordo com os responsáveis o objetivo é “fornecer aos produtores plantas de qualidade para serem exploradas em termos agrícolas, industriais e mesmo medicinais.”
O projeto iniciou-se com a seleção das plantas “boas produtoras” de frutos, junto dos proprietários, em colaboração com a Direção Regional de Agricultura do Centro a associações de produtores florestais.
Foram também recolhidas amostras do Minho ao Algarve para avaliar a diversidade de espécies de medronheiros existentes em Portugal. Foram depois selecionadas um conjunto de “árvores de elite”, explicou.
O trabalho laboratorial incidiu, depois, na caraterização molecular das plantas – “espécie de impressão digital” -, a partir da qual são desenvolvidas as metodologias de clonagem.
Atualmente, a investigação investe na “otimização” desse processo de transferência, estando a ser utilizada uma técnica, denominada “micorrização”, que consiste em associar às plantas um conjunto de fungos “necessários a que cresçam mais e produzam melhor”, disse Jorge Canhoto.
“Pretende-se que a adaptação às condições do solo seja mais eficaz, evitando o uso de adubos químicos e fitofármacos”, explicou.
Os medronhos têm potencialidades a vários níveis. Podem ser explorados a nível alimentar “devido ao alto teor de açúcar e os frutos podem ser utilizados para produção de compotas e geleias. Em termos farmacêuticos, os medronheiros apresentam propriedade anti-sépticas e diuréticas”.
Já a nível ambiental, o medronheiro possui “um forte impacto na proteção e reabilitação dos solos”, como os afetados por incêndios.
[Notícia sugerida pelo utilizador Vítor Fernandes]