Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveram um novo dispositivo, cem mil vezes mais pequeno que um milímetro, aplicável à nanomedicina, que poderá ser usado na destruição seletiva de células tumorais.
Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveram um novo dispositivo, cem mil vezes mais pequeno que um milímetro, aplicável à nanomedicina, que poderá ser usado na destruição seletiva de células tumorais.
Trata-se de uma nanoferramenta que junta nanopartículas de ouro – capazes de gerar calor ao absorverem luz infravermelha – e nanotermómetros que, por sua vez, conseguem medir, com enorme precisão, a temperatura gerada neste processo.
O professor Luís Carlos, um dos membros da equipa de investigação, explicou ao Boas Notícias que “esta técnica tem inúmeras aplicações – em circuitos elétricos, sensores fotovoltaicos, na libertação controlada de fármacos e em hipertermia (controlo da temperatura de seres vivos)”.
No entanto, um dos principais “potenciais desta nanoferramenta é a sua aplicação no tratamento do cancro”, já que as nanopartículas de ouro (ou prata) podem ser “administradas aos pacientes de forma a acumularem-se nas células cancerígenas e, por aquecimento, será possível causar a morte das células tumorais”, acrescenta.
O maior desafio neste tipo de terapias com nanopartículas de metais é “controlar a temperatura de forma a evitar que o calor libertado destrua também as células benignas circundantes”. E é aqui que se encontra a grande novidade do trabalho desenvolvido por esta equipa de cientistas do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO) da academia de Aveiro.
A criação desta nova nanoferramenta tornou, agora, “possível aquecer e medir com grande precisão, à escala do nanómetro, o aumento de temperatura provocado pela absorção de luz infravermelha pelas nanopartículas metálicas de ouro” o que causará a destruição das células malignas sem que outras células saudáveis sejam afetadas.
O novo dispostivo vai ser descrito num artigo que fará a capa do próximo número da prestigiada revista científica “Advanced Materials”.
Para já, a equipa de investigação da UA quer dar os próximos passos no estudo e passar aos testes em células laboratoriais e, posteriormente, em animais.
Notícia sugerida por Maria Pandina, Patrícia Guedes e Carla Neves