De acordo com o investigador da UA, a propriedade agora descoberta na glicina pode permitir formar a base, por exemplo, para uma memória que programe implantes no corpo humano para entregar medicação exatamente no local e na dosagem necessárias.
A investigação, publicada no Advanced Functional Materials e citada nas revistas New Scientist e nos sites Phys.org e Sciencedaily.com, usou uma combinação de modelagens computadorizadas para identificar e explicar a mudança na polarização na glicina, quando as suas moléculas estão dispostas num tipo particular de rede cristalina e submetidas a um campo elétrico.
A pesquisa, da qual também participaram universidades americanas, abre mais uma porta para a construção de dispositivos de memória feitos de moléculas existentes no organismo humano, que poderão guardar e recuperar informação na forma de domínios ferroelétricos, através da mudança da sua polarização.
A ferroeletricidade é uma propriedade conhecida de materiais sintéticos e inorgânicos, muito explorada para a produção de memórias de computadores e sistemas de armazenamentos de dados. Só em 2011 foi encontrada, pela primeira vez, em moléculas biológicas.
O papel da ferroeletricidade no interior do tecido biológico é ainda uma incógnita para os especialistas, mas já há quem sustente que esta pode ser aproveitada para o desenvolvimento de novas classes de equipamentos bioeletrónicos e de memória.
O artigo pode ser consultado na página da Advanced Functional Materials, AQUI.
[Notícia sugerida por Diana Rodrigues]