Um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra está a desenvolver um estudo para a Força Aérea Americana, sobre o impacto da exposição continuada a nanopartículas de prata.
Um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra está a desenvolver um estudo para a Força Aérea Americana sobre o impacto da exposição continuada a nanopartículas de prata. O objetivo é avaliar se estas substâncias, muito utilizadas em equipamentos militares, são prejudiciais à saúde humana.
Financiado pelo European Office of Aerospace Research and Development (EOARD), o Departamento de Investigação Científica da Força Aérea Americana encontra-se, neste momento, no Mitolab, um laboratório de referência internacional no estudo da mitocôndria, a analisar a evolução do nível de toxicidade no interior das células.
Para isso, foi exposta uma amostra de ratinhos a diferentes concentrações de nanopartículas de prata, durante 10 semanas. O contacto permanente “permite apurar se há bioacumulação e quais os seus efeitos junto das células de órgãos vitais do organismo como os rins, coração, fígado e pulmão”.
“Queremos perceber quais as células afetadas (se há algum tipo de especificidade), e em que medida, por forma a estudar medidas profiláticas», explica o coordenador, Carlos Palmeira, em comunicado enviado ao Boas Notícias.
A investigação surge na sequência de um estudo anterior, realizado entre 2008 e 2009, em linhas celulares, após um exigente processo de verificação das condições técnicas e de segurança do Mitolab por parte dos cientistas do US Air Force Office of Scientific Research.
À data, concluiu-se que o contacto continuado com nanocompostos de prata afeta a capacidade da mitocôndria de exercer a sua função de produção de energia, necessária para a manutenção das funções vitais celulares.
Com base nos resultados obtidos na altura, foi, agora, diligenciado este novo estudo em modelos animais, que “permite decifrar em que medida a função da mitocôndria fica comprometida e quais os danos gerados nos principais órgãos do organismo”.
Segundo Carlos Palmeira, “com essa informação é possível acautelar os cuidados necessários ao uso deste tipo de material na construção de equipamentos”.
Notícia sugerida por Maria Pandina