Um novo "cocktail" de medicamentos combinados resultou num enorme passo em direção à cura da tuberculose. Nos testes em humanos, conseguiu matar 99% da bactéria que causa a doença.
Um novo “cocktail” de medicamentos combinados resultou num enorme passo em direção à cura da tuberculose. A mistura, desenvolvida por investigadores da organização não-governamental (ONG) TB Alliance e já testada em humanos, conseguiu matar 99% do bacilo-de-koch, bactéria que causa a doença, de acordo com um estudo publicado esta semana na revista The Lancet.
Segundo a equipa de cientistas daquela ONG, a descoberta traz consigo a esperança de um tratamento definitivo, num momento em que as formas da tuberculose mais resistentes aos medicamentos estão a tornar-se impossíveis de tratar.
Além disso, acarreta ainda progressos no sentido do desenvolvimento de um tratamento antiretroviral compatível com os fármacos para a tuberculose, com os quais normalmente são incompatíveis devido aos efeitos secundários, destinados aos muitos doentes que também sofrem de HIV/SIDA.
De acordo com comunicado da TB Alliance, o ensaio clínico testou uma mistura entre um fármaco totalmente novo, um fármaco já aprovado para tratar outras doenças infecciosas e um medicamento que já é, atualmente, usado para o tratamento da tuberculose.
Tratamento cumprido em apenas quatro meses
Os resultados obtidos sugeriram que esta combinação inovadora é capaz de tratar as formas mais e menos resistentes de tuberculose em apenas quatro meses sendo que, hoje em dia, mesmo a menos resistente requer seis meses de medicação e as pessoas que se debatem com a forma mais agressiva da doença precisam de 18 a 24 meses de tratamento.
“As nossas conclusões confirmam a promessa de que os novos tratamentos contra a tuberculose poderão ser mais curtos, simples, seguros e, em comparação com os atuais, muito mais baratos”, salientou Mel Spigelman, presidente da TB Alliance, adiantando que o grupo está já a trabalhar nos próximos testes.
O novo fármaco teria também a capacidade de reduzir o número de medicamentos que um doente com tuberculose resistente tem de tomar de 12.600 para apenas 360, eliminando igualmente a necessidade de injeções.
“Temos em mãos uma grande oportunidade de trazer ao mercado um tratamento que, em última instância, poderá ajudar a salvar milhões de vidas”, acrescentou Spigelman.
A tuberculose é uma das mais antigas e mortais doenças infeciosas conhecidas e foi detetada pela primeira vez há milhares de anos, tendo sido também encontrada nos restos mortais das múmias egípcias.
Com a “explosão” do HIV/SIDA nas décadas de 80 e 90, em especial na África subsariana, a epidemia deu um salto histórico e as mortes causadas pela doença aumentaram drasticamente. Anualmente, estima-se que 1,4 milhões de pessoas percam a vida devido à tuberculose e que 9 milhões a desenvolvam anualmente.
Clique AQUI para aceder ao estudo e AQUI para conhecer o site da TB Alliance, que se dedica inteiramente à procura de tratamentos mais rápidos e económicos para combater a tuberculose.