Os testes realizados para confirmar a eficácia do implante foram descritos num artigo publicado na revista cientifica Nature que divulgou também, esta quinta-feira, uma reportagem vídeo sobre a investigação.
No vídeo vemos uma mulher, de 58 anos, que ficou com todos os membros paralisados após um severo acidente vascular cerebral (AVC), há cerca de 15 anos, a beber pela primeira vez café sem ajuda de terceiros guiando, através do seu pensamento, um braço robótico que levou a garrafa da bebida até si.
No vídeo também é possível ver o testemunho de um homem que ficou tetraplégico após ter sido esfaqueado no pescoço e que foi capaz de controlar as ações do rato do computador através de ordem cerebrais.
96 elétrodos da espessura de um fio de cabelo
O dispositivo BrainGate, do tamanho de um comprimido, é implantado cirurgicamente a poucos milímetros do córtex cerebral numa zona superficial do cérebro. Constituído por 96 elétrodos da espessura de um fio de cabelo, o implante regista a atividade cerebral dos pacientes e descodifica-a para depois a encaminhar para o robô, computador ou outros equipamentos.
O principal desafio desta investigação é a parte da descodificação das ordens cerebrais: quanto mais complexo for o pensamento do paciente implantado mais difícil será transmitir essa ordem para os respetivos equipamentos.
Os dois voluntários do estudo foram sujeitos, nos últimos anos, a treinos muito intensivos para conseguir dar as ordens de forma a serem corretamente descodificadas.
O projeto BrainGate está a ser conduzido por uma equipa internacional de cientistas e médicos liderada pela universidade norte-americana de Brown. A equipa acredita que, no futuro, este implante poderá permitir que pessoas paralisadas consigam reconquistar o controlo do movimento dos seus membros. O BrainGate poderá também permitir que pessoas amputadas controlem mentalmente o movimento das suas próteses.
Clique AQUI para aceder ao artigo publicado na Nature.
[Notícia sugeria por Diana Rodrigues, Elsa Martins e Raquel Bâeta]