Uma investigação pioneira, levado a cabo por uma equipa da Imperial College London, conseguiu detetar o risco de desenvolvimento de cancro da mama anos antes do seu aparecimento através de testes ao sangue.
Uma investigação pioneira, levado a cabo por uma equipa da Imperial College London, conseguiu detetar o risco de desenvolvimento de cancro da mama anos antes do seu aparecimento através de testes ao sangue. O estudo pode contribuir para uma prevenção mais atempada da doença.
A equipa de James Flanagan, colaborador científico da instituição Breast Cancer Campaign, comprovou que alterações moleculares ou epigenéticas (processo fundamental para a diferenciação celular) dos genes estão associadas ao risco de desenvolvimento de cancro da mama, e podem ser detetadas muito cedo.
O estudo, publicado na edição deste mês da revista Cancer Research, testou 1.380 mulheres e observou várias amostras de sangue ainda antes do diagnóstico da doença, para perceber se a alteração de determinados genes serviria para prever o risco de cancro da mama.
Das mulheres testadas, aquelas com mais alterações no gene ATM apresentaram o dobro das probabilidades de vir a ter cancro da mama. Os resultados foram particularmente expressivos em amostras de sangue de mulheres com idade inferior a 60 anos.
Teste funcionou com 11 anos de antecedência
A investigação, ao contrário daquelas que têm vindo a ser feitas, mostrou que os genes não foram alterados devido à presença de cancro ativo no corpo ou a tratamentos terapêuticos, uma vez que o sangue recolhido foi tirado entre 3 a 11 anos antes da doença se manifestar.
O objetivo será desenvolver, em breve, um teste de sangue que – aliado a fatores genéticos e fatores de risco, como o tabaco – permita antecipar a doença e tomar medidas preventivas.
Os próximos passos da investigação passam, de acordo com o comunicado emitido pela Breast Cancer Campaign, por testar mais indivíduos e mais genes que possam influir no processo de desenvolvimento da doença.
“Esperamos que esta investigação tenha sido apenas o início do nosso conhecimento sobre os componentes epigenéticos do risco de cancro da mama e, nos próximos anos, esperamos encontrar muitos mais exemplos de genes que contribuam para o desenvolvimento do risco”, referiu Flanegan.
A equipa de investigadores acredita que estes desenvolvimentos podem também vir a servir para a deteção de outros tipos de cancro, como o linfoma ou a leucemia.
Pode aceder ao estudo clique AQUI e para ler o comunicado clique AQUI.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]