“A ETA decidiu pelo fim da sua attividade armada”, comunicou, em espanhol, um dos elementos da organização. Ao anúncio seguiu-se um apelo aos governos de Espanha e França para “abrir um processo de diálogo direto que tenha por objetivo a resolução das consequências do conflito e, assim, a superação do confronto armado”.
Ainda segundo a mensagem deixada no vídeo, os etarras consideram que “chegou a hora de olhar para o futuro com esperança, de atuar com responsabilidade e valentia” e fazem um “chamamento à sociedade basca para que se comprometa com este processo de soluções com o objetivo de construir um cenário de paz e liberdade”.
As reações à decisão da ETA não se fizeram esperar. Apenas uma hora depois, o chefe de governo Espanhol saudou a “vitória da democracia, da lei e da razão”. No entender de José Luis Zapatero, “o Estado de direito triunfou como único modelo possível de convivência”.
Este anúncio – um facto histórico depois de várias décadas de violência – foi feito três dias após uma Conferência Internacional de Paz organizada em San Sebastián, no norte do País Basco, onde estiveram presentes várias personalidades com o objetivo de pedir à ETA para que depusesse definitivamente as armas.
A Conferência foi presidida pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e solicitou ainda à organização que se dispusesse a negociar com os governos de Madrid e Paris.
Os separatistas acederam, assim, ao pedido, declarando um cessar-fogo “permanente, geral e verificável pela comunidade internacional”. Não mencionaram, porém, uma possível entrega de armas ou a sua dissolução.
A ETA vinha sendo enfraquecida pelos duros golpes policiais dos últimos anos, não tendo cometido quaisquer atentados em território espanhol desde Agosto de 2009.
Considerada uma organização terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, é responsável pela morte de mais de 800 pessoas, em mais de quatro décadas de atentados pela independência do País Basco.
[Notícia sugerida por Teresa Teixeira]