Cientistas da Universidade da Califórnia criaram uma tatuagem eletrónica que monitoriza a atividade cerebral. A equipa acredita que as estas potencialidades permitirão comunicar através da telepatia.
Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia (UC) criou uma tatuagem que é capaz de monitorizar a atividade cerebral de um paciente sem recorrer a fios. O projeto pretende acabar com os exames em máquinas de eletroencefalograma e explorar as potencialidades deste sistema para uma interação social através da telepatia.
Os cientistas norte-americanos desenvolveram sensores ultrafinos e flexíveis, introduzidos num pequeno penso, que dão a possibilidade de registar a atividade cerebral do paciente, a temperatura da pele e os níves de oxigénio no sangue.
O professor de bioengenharia Todd Coleman explica que, para além da monitorização, a tatuagem eletrónica permite “captar os sinais elétricos dos músculos da garganta para que as pessoas comuniquem apenas através do pensamento”.
O investigador acredita que esta tecnologia pode torna-se numa “poderosa ferramenta de interação social, usada na telepatia”, permitindo que as pessoas conversem entre si sem a transmissão de sons ou que controlem a operação de máquinas e de sistemas à distância.
Tatuagem eletrónica contribui para avanço das técnicas de análise
Uma das aplicações que os investigadores esperam também que esta tecnologia venha a possuir é o controlo do ritmo cerebral de bebés prematuros que tenham sofrido lesões cerebrais durante o parto.
“O nosso objetivo é conseguir detetar com precisão sinais e sintomas de uma forma fiável e não-evasiva”, explica a investigadora Gladys Ramos no site oficial da UC. Uma das metas dos investigadores passa também pela sofisticação do sistema, impedindo que este fique restritamente ligado aos laboratórios.
A transmissão de dados sem fios deu ao dispositivo a designação de tatuagem eletrónica, tendo este a possibilidade de criar uma interação entre o cérebro e a máquina, ao contrário dos mecanismos atuais de exame que requerem a ligação de dezenas de fios ao crânio do paciente.
De realçar que o penso é composto por poliéster plástico, o que permite que seja esticado, torcido e dobrado de forma a acompanhar o movimento natural da pele humana com grande resistência.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]