No total, 98% do tecido empresarial português era, entre 2007 e 2011, constituído por pequenas empresas, muitas delas jovens, sendo estas responsáveis pela maior fatia da criação de novo emprego no nosso país: 61%.
No total, 98% do tecido empresarial português era, entre 2007 e 2011, constituído por pequenas empresas. Dentro deste grupo, muitas das empresas são jovens, sendo estas responsáveis pela maior fatia da criação de novo emprego no nosso país: 61 por cento.
Esta é uma das diversas conclusões do estudo “Onde Nasce o Novo Emprego”, desenvolvido pela Informa D&B, que foi dado a conhecer recentemente e sublinha a importância dos pequenos negócios e das startups para a economia nacional.
Os resultados deste estudo, que analisou o universo das empresas portuguesas com atividade em cada ano do estudo (a uma média de 294 mil empresas/ano) foram desvendados durante a 2ª Conferência sobre Crescimento Empresarial, apresentada por Teresa Cardozo de Menezes, diretora-geral da Informa D&B, no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Os dados revelados mostram que as empresas jovens, isto é, com idade igual ou inferior a cinco anos, ocupam 35% do nosso tecido empresarial, criando, em média, 46% do emprego gerado anualmente. Nos quatro anos estudados, é também de salientar o papel das startups que, constituindo 6,5% do total de empresas, criam, sozinhas, cerca de 18% dos novos postos de trabalho anuais.
Resultados foram apresentados numa conferência na Universidade Nova de Lisboa (© Rui Leal)
Para os responsáveis pelo estudo enviado ao Boas Notícias, “o facto mais saliente” da investigação é que a idade dos negócios parece ser um fator determinante para a criação de emprego: são as empresas jovens que criam a maior parte do novo emprego gerado na economia, empresas estas que, por norma, são também pequenas e crescem a um ritmo acelerado.
Outra parcela importante da criação anual de novo emprego (10%) é proveniente das chamadas Empresas de Crescimento Elevado (ECE), isto é, companhias que se encontram a passar por uma fase de desenvolvimento em que “demonstram ambição e potencial para crescer”.
2.600 startups por ano
As empresas startup ocupam também, cada vez mais, um papel de relevo a nível da saúde económica portuguesa. De acordo com os dados, este tipo de empresas envolvem uma média de 46 mil pessoas e 2.600 startups por ano.
Entre 2006 e 2011, revela este estudo, nasceram, anualmente, em Portugal, uma média de 22 mil startups e, em cada ano, estrearam-se cerca de 27 mil novos empreendedores.
Cerca de 60% dos empresários que se lançam na criação de uma startup a título singular estão a empreender pela primeira vez, ao passo que, quando a estrutura acionista das novas empresas é composta por pessoas singulares e coletivas, aproximadamente 72% dos empreendedores tiveram já experiências empresariais anteriores.
Lisboa cria mais emprego, Norte cria mais empresas
Ao longo dos quatro anos em análise, 75% de todos os empregos criados foram gerados nos setores dos serviços (29%), indústrias transformadoras (17%), construção (16%) e retalho (13%), sendo o primeiro aquele que criou mais empregos líquidos.
A nível regional, Lisboa e Norte surgem em destaque. A capital portuguesa é a região do país onde há maior criação de emprego (38% do total), sendo a distribuição dos novos empregos muito semelhante à distribuição do emprego total do tecido económico. Segue-se a região Norte (33%) e, a fechar a tabela, aparece o arquipélago dos Açores, com uma criação de emprego de apenas 1,3% em quatro anos.
É, no entanto, de notar, que, conforme sublinham os autores do estudo, entre 2007 e 2011, Lisboa e Açores foram as únicas regiões do país onde a criação de emprego foi superior à destruição.
Por outro lado, o Norte lidera no que toca ao nascimento de empresas: a tendência de criação de companhias nesta região do país, que se faz sentir desde 2006 (32%) tem vindo a aumentar e, no presente ano, 37% das empresas nascidas em todo o território surgem naquela área.
Autores recomendam monitorização dos fenómenos empresariais
Em jeito de conclusão, e destacando a relevância das pequenas empresas – a maioria delas jovens – na criação de novos empregos numa época em que o desemprego não para de crescer, os responsáveis pelo estudo esperam que estes dados possam contribuir para um melhor conhecimento do tecido empresarial nacional.
Além disso, defendem a necessidade do desenvolvimento de indicadores para enriquecer a análise do tecido empresarial, bem como a elaboração de estudos sobre o tecido empresarial português, com vista a monitorizar a evolução dos fenómenos empresariais, e recomendam a participação em projetos internacionais de análise do crescimento das empresas.