As cidades passam a ser plataformas capazes de integrar soluções de tecnologia. Por exemplo, serviços como a Uber, Airbnb e Zomato cresceram e tornaram-se verdadeiros gigantes tecnológicos porque foram capazes de alavancar o potencial dos dados e de ICT e usaram a cidade como denominador comum para prestar o seu serviço. Cada um deles usa a cidade como uma plataforma da vida real em que se transaciona valor entre duas entidades, seja entre um motorista e os passageiros, proprietários e viajantes, ou restaurantes e clientes.
Hoje, ao aproximarmo-nos de um edifício, a porta desliza para nos receber; a iluminação acende ao entrarmos num espaço vazio e o termóstato aciona o ar condicionado para compensar a nossa presença. Todas estas funções agora automatizadas eram habitualmente realizadas por outros seres humanos.
Caminhamos numa cidade onde câmaras de vigilância monitorizam os nossos passos, e onde por detrás da lente existe um algoritmo na cloud que analisa os dados captados do mundo real para produzir informação simbólica em forma de decisões e detetar comportamentos.
O planeamento das cidades está a sofrer uma mudança matricial de paradigma para se adaptar à era da informação, fazendo um upgrade digital. A cidade de aço e betão passou a dar lugar a um vasto universo de computadores, software e cidadãos que comunicam com ela através dos smart phones. Isto torna possível com a tecnologia atual resolver problemas dos grandes centros urbanos, como o trânsito. Estamos neste momento a testemunhar um novo movimento cívico em que as pessoas estão a construir as smart cities, cada uma com o seu smart phone se torna uma plataforma para reinventar a cidade desde o seu utilizador. E os smart phones são só o começo – dados, hardware e redes open source vão ser fortes catalisadores para ajudar esta transformação.
Esta é a transformação das cidades em cidades inteligentes e interconectadas. Os sensores, os smart phones, os wearables, os implantes médicos, as câmaras, a internet e outras formas de aquisição de dados estão a mudar a forma como vivemos e trabalhamos, e estão a gerar quantidades massivas de dados que irão criar um grande impacto económico para as cidades, avaliado em 400 biliões de dólares em 2020 [segundo a consultora Arup]. As cidades serão a fonte desta matéria-prima que alimentará milhares de novos serviços dentro delas e que ajudarão a fazer o upgrade digital das mesmas, transformando-as em verdadeiras cidades inteligentes.
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