Os primeiros sete ex-prisioneiros, opositores ao regime cubano de Castro, já chegaram a Madrid, na Espanha, onde encontram exílio político junto com as suas famílias. Nos próximos dias chegarão mais treze dos 52 prisioneiros que Cuba irá libertar conforme o acordado nas negociações que envolveram a Igreja Católica em Cuba e a diplomacia espanhola.
De acordo com a AFP, entre os ex-detidos que chegaram esta semana a Espanha estão Ricardo Gonzalez, de 60 anos, que tinha sido colaborador da organização Repórteres sem Fronteiras e foi condenado a 20 anos de prisão; António Villareal, de 59 anos, que fez parte de um grupo de dissidentes que apelou a reformas democráticas em Cuba e foi condenado a 15 anos de prisão.
Lester Gonzalez, de 33 anos, que escrevia em publicações na Internet e foi condenado a 20 anos de detenção; José Luis Garcia, cirurgião de 45 anos que colaborara com uma agência de informação ilegal em Cuba e foi condenado a 24 anos de prisão; Pablo Pacheco, jornalista de 40 anos condenado a 20 anos de detenção.
Omar Ruiz, de 62 anos, redator de publicações clandestinas em Santa Clara e condenado a 18 anos de detenção e Julio César Galvez, 65 anos, que também colaborou com órgãos de informação clandestinos e acabou por ser condenado a 15 anos de prisão.
Cuba anunciou que a libertação dos 52 opositores políticos será feita num prazo máximo de quatro meses. Fazem parte de um grupo de 75 pessoas que foram detidos numa vaga repressiva do regime a Março de 2003 e que ficou conhecida como “Primavera Negra”.
Esta é a libertação mais significativa de prisioneiros políticos desde que Raúl Castro sucedeu ao irmão Fidel Castro, há quatro anos.
Contudo, nem todos os prisioneiros estão dispostos a partir para Espanha. É o caso de Pedro Argüelles, detido há sete anos e condenado a 20 que se recusa a deixar Cuba. O dissidente explica porquê numa entrevista publicada no blogue da jornalista cubana Yoani Sánchez.
“Este é o meu lugar para lutar pelos direitos e liberdades inerentes à dignidade da pessoa humana e é aqui que quero estar, na primeira linha de combate frente ao regime totalitário castrista”, declarou Pedro Argüelles citado pela Euronews.
Entretanto no dia de hoje, quarta-feira, mais dois dissidentes cubanos chegaram a Madrid, somando-se a este primeiro grupo de sete antigos presos políticos que chegaram ontem à capital espanhola.
[Notícia atualizada às 18h30]