Pesquisas e especialistas alertam, contudo, que o uso pessoal excessivo dessas tecnologias no ambiente corporativo traz prejuízos às empresas. Um estudo levado a cabo pelo Instituto de Tecnologia Política de Washington, nos Estados Unidos, revela que esse uso pode reduzir em 25% a produtividade no trabalho.
Whatsapp: a ferramenta da distração nas empresas portuguesas
Segundo o estudo, que contou com a participação de 3.754 profissionais registados no portal jobatus.pt, 74% dos utilizadores afirmaram fazer uso de alguma rede social no horário de trabalho. De um modo geral, o Whatsapp é o que mais interfere na produtividade dos profissionais portugueses, 68% afirmaram utilizar a app de mensagens com fins pessoais enquanto trabalham, sendo 89,4% mulheres e 82,7% homens.
O Facebook é a segunda rede social mais utilizada, com uma percentagem de 63,4%, sendo 56% dos utilizadores mulheres. O Google + tem cerca de 37,2% de utilizadores, o Linkedin 32%, o Twitter 28% e o Instagram 21%.
Willcker Braga, Country Manager Jobatus Portugal, acredita que o Whatsapp é a rede social mais prejudicial na hora do trabalho: “as pessoas não conseguem desligar-se um minuto sequer. Devido ao seu carater instantâneo e de baixo investimento, o uso pessoal da aplicação em ambiente de trabalho torna-se mais fácil e em alguns casos muito difícil de impedir”.
Quase 30% dos profissionais portugueses gastam mais de sessenta minutos de trabalho no smartphone
Tendo em consideração que 67% dos utilizadores de telemóvel têm smartphones em Portugal, o estudo da Jobatus comprova que, no ambiente de trabalho, a principal plataforma de acesso à internet para uso pessoal acontece através do smartphone. 28,2% dos entrevistados afirmaram gastar mais de uma hora do trabalho em apps no smartphone. Desses, 14,3% consultam o telemóvel a cada 15 minutos. Esse número sobe para 19,4% quando o intervalo é entre uma e duas horas e sobe ainda mais para quem verifica o telemóvel a cada 30 e 60 minutos, 27,1%.
Quanto ao impacto nos resultados e produtividade, 34,8% dos usuários acreditam que o uso dessas ferramentas não causa distração e apenas 8,2% dizem acreditar que esse uso é prejudicial.
De insónia e depressão à imagem profissional
Psicólogos e profissionais de Recursos Humanos alertam para as consequências do uso excessivo de smartphones em locais de trabalho. A psicóloga e analista de comportamento, Michelle Verneque, acredita que, além de trazer prejuízos pessoais, como vício, depressão e insónia, o mau uso da tecnologia traz prejuízo à empresa, prejudicando a produtividade do funcionário.
A analista do comportamento alerta ainda que o mau uso da tecnologia pode prejudicar o rendimento e denegrir a imagem do profissional: “o funcionário que utiliza redes sociais e todas essas novas tecnologias em excesso passa a ser visto como improdutivo e irresponsável e pode passar uma imagem de que o seu emprego não é visto como algo importante, pois demonstra pouca dedicação”, observa.
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