O Governo vai aplicar 29 milhões de euros para projetos de regadio, em várias zonas do país, com o objetivo de minimizar a exposição dos agricultores à seca. O anúncio foi feito esta terça-feira pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas.
Numa visita ao Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB), a ministra Assunção Cristas, adiantou que o relatório da equipa que está a acompanhar a situação vai estar pronto esta semana e que o Governo está “a sinalizar”, junto da União Europeia, medidas de flexibilização administrativa.
“São situações que estamos a avaliar também em conjunto com as associações [de agricultores] para perceber onde temos margem quer do ponto de vista comunitário, quer internamente, para podermos ajudar, nesta fase e se as situações se vierem a agudizar”, afirmou.
“Estamos a fazer um trabalho de acompanhamento, quer do lado dos prejuízos atuais e expectáveis, caso a situação continue, quer do lado das medidas que podemos accionar”, declarou aos jornalistas.
Aposta no regadio para prevenir seca
Assunção Cristas sublinhou que “um dos grandes desafios da agricultura é o regadio”, que o Governo quer desenvolver, e anunciou que “vão ser libertados 29 milhões de euros para projectos na área do regadio, em várias zonas do País, para que não fiquemos tão expostos à situação de seca”.
Os prejuízos ainda não estão calculados, mas a ministra admite que há “situações delicadas”, sobretudo na área dos pastos e produção animal, mas que podem também estar em causa algumas culturas de inverno se continuar sem chover.
Assunção Cristas adiantou ainda que está a trabalhar em conjunto com o seu colega da Administração Interna, para avaliar a situação relativamente aos incêndios e “ver o que é importante accionar” nesta altura.
“Há características específicas para várias fases relacionadas com o risco de seca e, neste momento, podemos estar já com estas características”, considerou.
Agricultores apontam o dedo ao governo
No final do mês de Fevereiro, a seca atingia 75 por cento do território nacional, apesar das albufeiras manterem níveis semelhantes aos anos anteriores, com água armazenada a cerca de dois terços da sua capacidade.
Desde o início do ano que os agricultores portugueses reivindicam medidas que ajudem a minimizar os efeitos da seca, acusando o Governo de se desresponsabilizar do problema.