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Novos espaços alimentares: sabores e conceitos raros

Procura crescente leva a novos negócios
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Seja por motivos de saúde e bem-estar, por usos, costumes e tradições, por respeito pelo planeta e meio ambiente, seja por uma simples vontade de experimentar algo novo e diferente, a verdade é que têm surgido vários espaços alimentares com conceitos criativos e originais.

Como determina a Lei Judaica

No Porto, em pleno Mercado do Bom Sucesso, nasceu a Porto Kosher Store. Nesta loja, pertencente ao Hotel da Música, são vendidos produtos que respeitam as leis alimentares da religião judaica – a kashrut.

Liliana Castanheira, diretora do hotel e do espaço comercial, revela que a ideia para este espaço surgiu no seguimento da “elevada procura de turistas judeus por produtos Kosher, aliado ao Hotel da Música ser já um hotel especialista e certificado para este mercado”.

Como complemento ao restaurante do hotel, há vários alimentos e bebidas “permitidos” pela Lei Judaica e bastante procurados pelos turistas judeus. No entanto, o público em geral, curioso e interessado, também pode ficar a conhecer os produtos mais tradicionais, e que também são os mais procurados. São eles o matzos (pão ázimo, sem fermento), dolmade (vegetais recheados), tehina (pasta à base de sementes de sésamo) e homus (puré de grão de bico).

Sem terem registado qualquer tipo de “problemas ou limitações, tanto na venda, como no licenciamento” do espaço, a Porto Kosher Store está certificada pelo rabinato (ordem de rabinos) do Porto.

Para os vegetarianos e veganos

Sabe qual a diferença entre vegetarianos e veganos?

De forma resumida, os primeiros alimentam-se apenas com grãos, sementes, vegetais, cereais e frutas, com ou sem o uso de lacticínios e ovos e excluem o uso de todas as carnes animais, incluindo peixe. Os segundos adotam todo um estilo de vida que se reflete, não só numa alimentação vegetariana estrita, mas também na exclusão de todos os produtos de origem animal, tais como roupa, produtos de higiene, detergentes, etc…

Para responder a estas filosofias alimentares e de vida, em 2012 nasceu o Talho Vegetariano (português). Com origem nos ideais éticos de Jaap Kortweg e Nikko Koffeman que, na Holanda, iniciaram este projeto em 2010, este “talho” apresenta assim soluções alimentares veganas e vegetarianas para reduzir o consumo de carne e peixe, e com isso ajudar a diminuir o impacto da indústria agropecuária e as condições desumanas em que os animais são explorados.

Isabel Mesquita, gerente do Talho Vegetariano em Portugal, e Soraia Coelho, responsável pela comunicação, garantem que hoje em dia, “cinco anos depois, a tendência para que este mercado deixe de ser um nicho é cada vez mais acentuada. A provar esta tendência temos o boom dos mercados e supermercados de comida biológica e de outras tantas alternativas alimentares”.

Produto Vegano Alternativo ao Frango e Produto Vegetariano Alternativo ao Atum são algumas das variedades mais solicitadas ao Talho Vegetariano e que têm por base alimentos de origem vegetal, como a soja e o tremoço. Todos eles são produtos certificados livres de organismos geneticamente modificados, livres de conservantes artificiais e praticantes de uma agricultura responsável, que procuram manter uma composição nutricional de excelência.

As responsáveis salientam que, “cada vez mais distante do desperdício zero, Portugal, aumentou a sua pegada ecológica em 73%, entre 1961 – 2013. Este desgaste de recursos está sobretudo assente naquilo que comemos e de como nos movemos (uso de viaturas a gasóleo/gasolina/gás). Por isso acreditamos, que se não fizermos nada até aqui, seremos forçados a fazê-lo no futuro, para bem da nossa própria sobrevivência”.

Tendo este propósito como missão, o Talho Vegetariano, empresa de distribuição alimentar, conta já com 42 pontos de venda no nosso país e reconhece que “as mentalidades estão cada vez mais abertas e os nossos workshops, por exemplo, esgotam sempre pelo interesse e curiosidade que há na degustação deste tipo de produtos”.

Sustentabilidade ao máximo

Maria Granel é a primeira “Zero Waste Store” portuguesa e uma das mais pioneiras na Europa e no mundo, pelo que o seu nome não surge por acaso. Esta mercearia é biológica e vende produtos a granel. Recuperando o tradicionalismo das lojas de bairro, aqui os produtos são apresentados em dispensadores individuais, com doseadores. O cliente serve-se diretamente e pode reabastecer o seu próprio recipiente, que pode trazer de casa, ou que pode adquirir na loja, em formato saco de papel reciclado ou frasco de vidro, de diferentes dimensões (consoante a sua necessidade). Ao dispensar as embalagens, a Maria Granel foi referenciada internacionalmente como introdutora do sistema BYOC (Bring your own container).

Eunice Maia e o marido, fundadores do projeto, procuram assim minimizar as emissões de CO2 e a quantidade de resíduos destinados a aterros e incineradoras. Paralelamente, ao incentivarem a compra da quantidade que efetivamente necessita, estão também a diminuir o desperdício alimentar.

O compromisso com a sustentabilidade estende-se ainda ao facto de os produtos serem 100% biológicos, certificados, livres de organismos geneticamente modificados, respeitando os solos e o ritmo das estações e da terra.

Aberta desde novembro de 2015, em Alvalade, a Maria Granel começou com 240 referências e neste momento conta com cerca de 400. Entre especiarias, ervas aromáticas, infusões e chás, superalimentos, isto é, alimentos com alto teor de fito nutrientes e muito benéficos para a saúde, frutos desidratados, leguminosas, chocolates e gomas, mel, granolas e mueslis, os frutos secos são os mais vendidos.

O casal também nota uma “evolução no sentido do consumo consciente, responsável e sustentável”, sendo que há uma “preferência pelos alimentos não processados (escolher alimentos e não ingredientes); eleição do que é nacional e biológico”.

Fim do prazo? Não vai para o lixo!

Depois de a Assembleia da República ter declarado o ano de 2016 como o ano nacional do combate ao desperdício alimentar, foi criado o GoodAfter.com – um supermercado online de oportunidades especializado em produtos de mercearia, higiene e beleza, passando por comida para animais, que se encontram perto ou fora da sua data de validade preferencial.

Com preços até 70% mais baixos, a grande preocupação do GoodAfter é informar os consumidores sobre os prazos de consumo – daí que indiquem que existe o prazo “consumir até”, para os produtos perecíveis e cujo consumo e venda é proibida após aquela data por estar em causa a segurança alimentar, e o “consumir de preferência antes de” que indica o um prazo preferencial de consumo e está destinado a todos os produtos não perecíveis.

Através de parcerias estabelecidas com marcas, dentro e fora de Portugal, conseguem vender produtos não perecíveis, de linhas obsoletas, descontinuados ou produtos estacionais.

Os clientes que acedem ao GoodAfter por razões económicas, sobretudo da região da grande Lisboa, também valorizam o facto de adotarem um comportamento ambientalmente sustentável e responsável.

Norteado pelo conceito de economia circular com racionalidade económica, o GoodAfter evitou o desperdício de 3,5 toneladas de produtos alimentares e não alimentares no primeiro mês de atividade. Agora tem como principal objetivo aumentar o número de referências para que os clientes possam ter um leque de escolha o mais abrangente possível.

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