O romance “Debaixo de algum céu” conta a história de homens, mulheres e crianças que habitam num prédio junto à praia e que, embora desconhecidos, vivem uma situação comum: a procura de algo que lhes faz falta.
Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a inventar futuros, um bebé que testa os pais desavindos, um reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase normal, um padre com uma doença de fé e até um apartamento vazio, cheio dos que o deixaram.
Este romance é, sobretudo, uma reflexão sobre a vida humana, onde a vida das personagens fica suspensa, após uma inesperada tempestade que deixa o prédio sem luz e obriga as pessoas a parar para pensar e rever o próprio passado.
O prémio LeYa, no valor de 100 mil euros, foi criado em 2008 com o intuito de distinguir romances inéditos e é o maior em valor pecuniário no domínio da literatura de expressão portuguesa.
Segundo o comunicado de imprensa, o júri premiou, por maioria, a obra de Nuno Camarneiro pelo “domínio e segurança da escrita, pela força no desenho dos personagens” e pela “humanidade” do projeto que pode “ser lido como uma alegoria do mundo contemporâneo”.
Sobre o autor
Nuno Camarneiro nasceu na Figueira da Foz em 1977. Licenciou-se em Engenharia Física pela Universidade de Coimbra, trabalhou no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear) e doutorou-se em Ciência Aplicada ao Património Cultural pela Universidade de Florença.
Atualmente desenvolve a sua investigação na Universidade de Aveiro e é docente no Departamento de Ciências da Educação e do Património da Universidade Portucalense.
Em 2011, pela Dom Quixote, publicou o seu primeiro romance, No Meu Peito Não Cabem Pássaros, muito saudado pela crítica, publicado também no Brasil e cuja tradução francesa está prevista para breve.