As cabeças mumificadas, nas quais ainda era possível ver as tradicionais tatuagens, são relíquias dignas de reverência pelos Maori, que agora poderão finalmente dar um enterro digno aos seus antepassados.
À chegada a Wellington, as cabeças serão encaminhadas para um local de reunião Maori, o marae. Depois das perícias técnicas os antepassados serão devidamente honrados e postos em descanso.
Os guerreiros Maori cobrem os rostos de tatuagens e esse sinal distintivo tornou-os muito apetecíveis enquanto prisioneiros de guerra e troféus de batalha. Os primeiros relatos de cabeças de Maori serem levadas para a Europa como troféus remonta ao século XVIII e esta tradição estendeu-se pelo século XIX.
A vontade de conseguir estes troféus era tão grande que muitos exploradores tatuavam guerreiros nativos antes de os matarem.
Cerca de 320 cabeças de Maori foram já entregues às autoridades da Nova Zelândia oriundas de diversos países.
“É um alívio”, contou Moko Smith à AFP. “Acho que vai mesmo ajudar a acalmar os espiritos das cabeças e das tribos envolvidas”, conclui o estudante Maori que vive em Paris.