O órgão artificial foi desenvolvido na Grã-Bretanha, por cientistas da University College London, e criado a partir de células-tronco do próprio doente. O processo, liderado pelo médico Alex Seifalian, foi feito a partir de imagens em 3D do órgão do doente.
O doente não corre o risco de rejeição ao novo órgão visto que este é composto pelas suas próprias células, eliminando assim um dos problemas mais comuns nas operações de transplante.
A BBC explica que estes órgãos podem ser criados em menos de uma semana. A base foi feita de vidro, com poros, e posteriormente mergulhada nas células do doente. Estas dividiram-se e criaram um tecido que assim deu forma à estrutura da traqueia.
A cirurgia, realizada no Hospital Universitário Karolinska, na Suécia, foi chefiada por um cirurgião italiano, Paolo Macchiarini, e durou 12 horas. Foi retirado um tumor “do tamanho de uma bola de golfe”, segundo a BBC.
O doente, de 36 anos, era africano e residia na Islândia. Sentia muita dificuldade em respirar e sem o transplante iria morrer. Macchiarini prevê aplicar esta técnica novamente, desta vez a um bebé sul-coreano, que nasceu com uma má-formação na traqueia.
O cirurgião-chefe desta cirurgia está satisfeito com este avanço científico, revelando à BBC que “a beleza da técnica é que se pode ter [o órgão] imediatamente” visto que “não depende de uma doação humana”. Assim, é possível produzir uma traqueia feita por encomenda num prazo de dois dias ou uma semana”, disse.