Duas alunas de psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) elaboraram um projeto inovador para ajudar a combater o suicídio, com o recurso a um cão treinado e a uma aplicação tecnológica de monitorização comportamental.
Duas alunas de psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) elaboraram um projeto inovador para ajudar a combater o suicídio, com o recurso a um cão treinado e a uma aplicação tecnológica de monitorização comportamental.
O responsável pelo Laboratório de Psicologia Experimental Clínica e orientador do projeto, Francisco Cardoso, disse ao Boas Notícias que, no próximo ano, já esperam testar este programa onde “o cão desempenha duas funções essenciais".
Por um lado, os investigadores apostam no animal para "colmatar a solidão e a desmotivação, características da população com tendências suicidas; por outro lado, deverá assumir-se como mediador na monitorização do comportamento do dono”.
Isto porque, como se sabe, o cão é um animal que cria elevada empatia com os donos, sendo capaz de mimetizar os comportamentos do dono.
O cão terá o dispositivo na coleira, desenvolvido por engenheiros da UTAD, que só poderá ser retirado por uma equipa de técnicos. Designado “Dog Stress Device” (DSD), o aparelho consegue registar os comportamentos de stress do animal.
O projeto foi desenvolvido por Helena Patrícia Pereira e Susana Carvalho, mestrandas em Psicologia Clínica na UTAD
Na aplicação do projeto, Francisco Cardoso assinala que “o cão é submetido a treino específico para que, nas situações críticas, possa responder com determinados padrões comportamentais e fisiológicos" que, através do DSD, serão "monitorizados por uma equipa de psicólogos que poderão reagir prontamente caso seja necessário auxílio".
O uso deste do aparelho no animal e não no sujeito humano é justificado pelo facto de “as pessoas com tedências poderem dissimular padrões comportamentais, ao passo que o cão reagirá segundo os padrões de condicionamento". Ou seja: "o cão não mente, nem dissimula”.
Além disso, reforça o investigador, o projeto aposta “na excecionalidade das capacidades olfativas do cão, pois crê-se que as alterações bioquímicas, que podem ocorrer em situações críticas no potencial suicida, possam ser detetadas pelo cão, que deverá agir de acordo com o protocolo preestabelecido”.
Notícia sugerida por Elsa Martins
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