É já amanhã que os dois primeiros satélites do sistema de navegação europeu Galileo partem para o espaço. Este é um passo muito importante na história espacial europeia, já que pretende ter a funcionar, em 2014, o primeiro sistema de navegação por satélite europeu que vai competir com o GPS, dos Estados Unidos, e o Glonass, russo.
O momento do lançamento será transmitido para todo o mundo no site da Agência Espacial Europeia (ESA), autora do projeto juntamente com a Comissão Europeia.
A partida vai dar-se às 07:34 (11:34 em Lisboa) da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa. O foguete russo Soyuz ST-B será o responsável por colocar dos dois satélites em órbita, a cerca de 23 600 quilómetros de altitude, informa a ESA.
Constelação Galileu vai ter 30 satélites
Esta será também a primeira vez que o Soyuz irá descolar de solo europeu. O veículo espacial é uma das mais recentes aquisições da família de foguetes russos que começou há 50 anos as suas viagens, ao transportar o primeiro satélite para o espaço, o Sputnik, a bordo do qual viajou Yuri Gagarin.
O sistema Galileo, conhecido como o “GPS europeu”, é um projeto de construção de um sistema civil de navegação por satélite, com cobertura mundial, que pretende competir com os serviços de navegação militares norte-americanos e russo.
Quando concluído, terá no espaço 30 satélites que vão formar a “constelação” Galileo. No próximo ano serão lançados mais dois destes objetos, todos construídos peça empresa Astrium Alemanha, informa a Lusa. Os restantes 26 satélites vão ser construídos pela também alemã OHB-System.
Galileo permite diminuir dependência face ao GPS americano
Em 2007, o custo deste programa pôs em causa a sua conclusão. Até então o custo total ascendia a 5.500 milhões de euros, mas a Comissão Europeia garantiu que o resultado iria valer a pena e possibilitar uma elevada poupança no final.
Os parceiros europeus defenderam então que o novo sistema apresenta vantagens ao nível da gestão do transporte (aumento da segurança, agilização das operações), mas também para áreas como a agricultura, pesca, saúde ou na luta contra a imigração ilegal.
“A atual dependência do sistema GPS levanta questões de natureza estratégica, uma vez que os sistemas utilizados não estão sob controlo europeu”, explicou ainda a CE, citando setores como a “política externa” ou a “segurança comum” dos 27 Estados-membros, informa a Lusa.
Amanhã os satélites “PMF” e “FM2”, como são designados pela ESA, vão começar a sua missão levando a bordo “os melhores relógios atómicos alguma vez utilizados para navegação”, garante a ESA. Cada satélite terá uma duração útil de 12 anos.