A exploração petrolífera naquela região, durante as décadas de 70 e 80 do século passado, levou à disseminação de substâncias tóxicas na atmosfera e nos rios, afetando 30 mil pessoas. O caso ficou inclusivamente conhecido como o “Tchernobil” da Amazónia.
“O juiz [do Tribunal de Lago Agrio, no Equador] condenou a Chevron a pagar mais de oito mil milhões de dólares por danos ambientais”, revelou Pablo Fajardo, advogado dos queixosos desde 2004, citado pelo jornal Público. Esta é uma multa histórica, que ultrapassa o valor recorde inicialmente exigido à ExxonMobil (cerca de 3,3 milhões de euros) pela maré negra no Alasca, em 1989.
A Chevron já reagiu à sentença: em comunicado, considera que a sentença “não é legítima e não pode ser aplicada. É produto da fraude e contraria provas científicas legítimas”. A empresa defende ainda que a responsabilidade por eventuais danos causados às populações cabe à companhia estatal Petroecuador, ao tempo parceira da Texaco, que por sua vez foi comprada pela Chevron em 2001.
Por outro lado, a organização não governamental de defesa da Amazónia, a Amazon Watch, saudou a sentença. “Esta é a primeira vez que um povo indígena processa uma multinacional no país onde o delito foi cometido, e ganha”, referiu em comunicado.