Ciência

Portugueses querem pôr janelas a produzir eletricidade

E se em vez dos painéis fotovoltaicos fossem as janelas a produzir eletricidade? Pode parecer improvável, mas esta possibilidade está cada vez mais próxima de se tornar realidade graças a um estudo português.
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E se em vez dos painéis fotovoltaicos fossem as janelas a produzir eletricidade? Pode parecer improvável, mas esta possibilidade está cada vez mais próxima de se tornar realidade graças a um estudo português que vai contribuir para o  desenvolvimento de janelas que transformam luz solar em energia elétrica.
 
A investigação, da responsabilidade de uma equipa de cientistas do LaserLab da Universidade de Coimbra (UC), que trabalhou em colaboração com a Universidade de Sheffield, no Reino Unido, tem potencial para desencadear progressos importantes ao nível da produção de células fotovoltaicas de terceira geração, mais eficientes e baratas do que as utilizadas atualmente. 
 
Pela primeira vez, os investigadores, coordenados pelo português Carlos Serpa e pelo britânico Hugh Burrows, avaliaram o potencial de alguns compostos de platina (ligada a um conjunto de moléculas orgânicas) para aplicações na transformação de energia solar em eletricidade.
 
A equipa recorreu a um método sensível de calorimetria fotoacústica, tecnologia única desenvolvida na Universidade de Coimbra, para determinar o quão eficiente é a transferência de eletrões destes compostos de platina para um material semicondutor de forma a produzir eletricidade aproveitando, racionalmente, a energia do Sol.  


Cientistas avaliaram o potencial de alguns compostos de platina, associando este material a um conjunto de moléculas orgânicas, para transformar a energia solar em eletricidade

 
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, Carlos Serpa explica que os compostos de platina estudados são candidatos promissores para aplicações na conversão da energia solar em eletricidade porque “apresentam como grande vantagem a sua capacidade de intensa absorção no visível e em parte do espetro do infravemelho próximo”. 
 
“Dito de forma mais simples, se pensarmos nas cores do arco-íris, estes compostos de platina têm uma forte capacidade de absorver grande parte dessas cores, especialmente a cor vermelha, mais difícil de captar. Esta é uma caraterística essencial para a transformação eficiente de luz solar em energia elétrica”, esclarece o investigador português.
 
Para prosseguir com a investigação serão, no entanto, necessários mais estudos, adiantou o docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. Isto porque os cientistas verificaram “que o tempo de vida do composto no estado necessário para a transformação em energia elétrica é muito curto, entrando em competição com a transferência de eletrões para o circuito elétrico”. 
 
Segundo Carlos Serpa, as futuras investigações vão passar “pela modificação das moléculas que envolvem o átomo de platina, alterando, assim, as propriedades do composto para obter as condições mais favoráveis à transformação da luz solar captada em eletricidade”. 
 
Os resultados da investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo LaserLab Europe, foram considerados “HOT Article” pela revista científica “Dalton Transactions”, da Royal Society of Chemistry, e vão ser capa da edição nº 26 da publicação, que sairá em Julho mas já está disponível online.

Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).

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