O estudo, feito em ratinhos, recorreu a uma técnica de optogenética (que não existe na natureza e que usa a luz para atuar e controlar ocorrências específicas em sistemas biológicos).
O objetivo era ativar estes receptores de adenosina (conhecidos como A2A) e controlar o comportamento dos circuitos neuronais, explica a Universidade de Coimbra num comunicado enviado ao Boas Notícias.
“No exato momento em que os modelos animais desempenhavam as tarefas de memória, foi possível verificar, inequivocamente, que uma simples ativação intensa do recetor A2A era suficiente para provocar danos no circuito e gerar problemas de memória”, explica Rodrigo Cunha, coordenador da equipa portuguesa, citado pelo mesmo comunicado.
Investigadores vão criar fármaco para bloquear recetor
Esta descoberta é importante para a doença de Alzheimer, caracterizada pela perda de memória, sobretudo “para o desenvolvimento de novos fármacos”.
“Se a simples ativação do recetor A2A é suficiente para causar distúrbios na memória, é possível desenvolver bloqueadores seletivos deste recetor”, defende o professor da Faculdade de Medicina da UC.
Agora, a equipa pretende “desenhar moléculas químicas (que poderão ser, por exemplo, semelhantes à cafeína) que atuem exclusivamente sobre este receptor, impedindo-o de provocar danos na memória”, uma vez que vários estudos já confirmaram que o consumo de substâncias como a cafeína diminuem as probablidades de desenvolver a doença de Alzheimer.
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes