Uma portuguesa partiu, esta segunda-feira, numa expedição durante a qual vai tentar escalar o monte Evereste, a mais alta montanha do mundo. O objetivo do desafio é angariar dinheiro para a sua fundação que apoia crianças pobres no Bangladesh.
Uma portuguesa partiu, esta segunda-feira, numa expedição durante a qual vai tentar escalar o monte Evereste, a mais alta montanha do mundo. Se for bem-sucedida, Maria da Conceição será a primeira mulher portuguesa a conseguir a proeza, mas não é isso que a move. O objetivo do desafio é angariar dinheiro para a sua fundação que apoia crianças desfavorecidas no Bangladesh.
“Penso todos os dias e estou bem consciente de que se calhar estou a viver os meus dois últimos meses de vida. Mas é o meu sonho, a minha missão”, contou Maria em entrevista à rádio TSF antes da partida, assegurando ter noção dos perigos que a experiência vai acarretar.
No entanto, os riscos são supérfluos, garantiu, se comparados com a necessidade de ajudar as 600 crianças que deixou sem aulas no Bangladesh e que, para voltarem a estudar na sua antiga escola, precisam que seja reunido um milhão de dólares para a reerguer, montante que a portuguesa almeja conseguir.
“Tenho 600 crianças à espera que consigamos os fundos para reerguer a escola e também para criar uma conta no banco onde esteja o dinheiro [angariado]. Assim, se acontecer alguma coisa comigo, a fundação [Maria Cristina Foundation] não para”, afirmou a aventureira.
Maria da Conceição vai lançar-se à subida sem patrocínios, levando apenas uma bandeira portuguesa, botas térmicas “para manter os pés quentinhos” e uma mochila com 15kg que, à medida que a altitude avançar, parecerá progressivamente mais pesada.
Por não ser montanhista profissional, a portuguesa passou por um ano de treino intensivo de forma a preparar-se fisicamente para o desafio. Com a ajuda de um treinador pessoal, teve aulas de natação, de “spinning”, fez caminhadas 29kg às costas e arrastou pneus pela areia da praia.
Se o projeto “Million Dollar Baby Everest” – como foi batizado devido ao propósito de angariar um milhão de dólares – correr como esperado, Maria da Conceição deverá chegar ao pico do Evereste em meados de Maio.
Missão de Maria no Bangladesh começou há oito anos
A entrega da portuguesa à comunidade do Bangladesh começou quando Maria se tornou assistente de bordo da companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos. Dois anos depois, num voo até àquela pequena nação, apercebeu-se da extrema pobreza que contrastava com a vida de luxo levada por muitos no Dubai.
Incapaz de esquecer o que viu, a portuguesa regressou, por sua conta, àquele país asiático, após um mês, com o objetivo de criar uma fundação para apoiar a comunidade. Assim nasceu a Maria Cristina Foundation, organização solidária que há oito anos tem trabalhado para melhorar a qualidade de vida da população.
Até hoje, Maria conseguiu já erguer naquele país um berçário para bebés, três escolas equipadas com bibliotecas, centros de informática e cantinas, um centro de primeiros socorros e um posto de medicina dentária, além de uma “escola” profissional para adultos que lhes tem dado formação em diversas áreas técnicas.
Foi por ter sido obrigada a fechar uma das escolas por falta de fundos que a portuguesa decidiu aventurar-se numa subida ao Evereste, pelo que Maria espera agora conseguir atrair os olhos do mundo para a sua causa.
Esta não é a primeira vez que a criadora da Maria Cristina Foundation se envolve em iniciativas desafiantes. Desde que a fundação nasceu, a portuguesa já correu, por exemplo, diversas maratonas à volta do mundo, subiu ao monte Kilimanjaro e viajou até ao Pólo Norte.
[Notícia sugerida por Ana Oliveira]
Clique AQUI para aceder ao site da Maria Cristina Foundation e AQUI para conhecer mais sobre a sua missão no monte Evereste (em inglês).