Saúde

Portuguesa usa vídeojogos para ajudar vítimas de AVC

Uma portuguesa está a ajudar doentes vítimas de acidentes vasculares cerebrais (AVC) a recuperarem as suas capacidades motoras e cognitivas com recurso à realidade virtual através do seu projeto de doutoramento.
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Uma portuguesa está a ajudar doentes vítimas de acidentes vasculares cerebrais (AVC) a recuperarem as suas capacidades motoras e cognitivas com recurso à realidade virtual através do seu projeto de doutoramento.
 
O projeto “NeuroRehab Lab” está a ser desenvolvido pela investigadora Ana Lúcia Faria no Instituto de Tecnologias Interativas da Universidade da Madeira (M-ITI) e tem como objetivo utilizar as novas tecnologias na reabilitação de indivíduos que tenham sofrido um AVC. 
 
Este projeto chegou à Madeira por intermédio de um investigador estrangeiro que tinha iniciado os trabalhos em Barcelona e que se debruçava apenas na reabilitação motora do AVC.
 
Após o contacto com Ana Lúcia Faria, que estava a iniciar o doutoramento, surgiu a ideia de “juntar a reabilitação cognitiva e motora numa só, criando uma ferramenta de simulação de atividade da vida diária”.
 
Em declarações à Lusa, a portuguesa explicou que as ferramentas interativas – consolas de jogos e realidade virtual – treinam a recuperação motora, por exemplo, “do braço afetado” pelo incidente, ajudando também a tratar “os défices de memória, linguagem, funções executivas e atenção”. 
 
“Na reabilitação tradicional, temos uma repetição de movimentos e de tarefas com vista a melhorar a plasticidade cerebral. Através da realidade virtual, vamos poder oferecer, não só em espaços clínicos, mas também em casa, as mesmas metodologias de reabilitação, mas através de ambientes de simulação de atividades de vida diária”, exemplificou a investigadora. 
 
De acordo com a portuguesa, esta solução “vai permitir que, após a alta, os doentes possam fazer uma melhor transferência daquilo que estiveram a treinar para o seu contexto de vida, como também vai permitir que continuem a fazer o seu treino em casa através de um computador”. 
 
Os cenários virtuais utilizados na metodologia implementada por Ana Lúcia Faria passam por uma ida aos correios, a execução de operações no multibanco, idas ao supermercado ou uma farmácia mas, no futuro, deverão ser incluídas mais tarefas.

Projeto já chegou a 30 pacientes madeirenses
 

O projeto tem “comprovado que as melhorias motoras andam a par das melhorias cognitivas e um doente que evolui cognitivamente também evolui a nível motor e vice-versa”, sendo que este método já está a ser aplicado em alguns doentes no arquipélago da Madeira.
 
“Neste momento, cerca de 30 doentes já foram abrangidos pelo projeto, tanto no serviço de medicina física e de reabilitação no Hospital Dr. Nélio Mendonça, como no Hospital João de Almada”, disse Ana Lúcia Faria, acrescentando que os doentes obedecem a critérios de seleção e que têm participado em três sessões semanais, durante um mês.
 
“A ideia é integrar estes ambientes virtuais nas redes sociais e algumas coisas já estão disponíveis online no nosso site”, continuou, sublinhando que “as ferramentas ainda estão em desenvolvimento, mas o objetivo é que sejam disponibilizadas gratuitamente para que todos as possam utilizar em casa e os profissionais de saúde as possam utilizar em ambientes clínicos ou não, privados ou públicos”.
 
Neste projeto, Ana Lúcia Faria, que se dedica à área cognitiva, trabalha com o investigador principal e orientador, o espanhol Sergi Bermudez Badia, doutorado em Neurociências, e com um colega engenheiro informático, Athanasios Vourvotoulos, que trata da área motora.

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