Ciência

Portuguesa ajuda a desvendar mistério geológico

A geóloga da Universidade de Aveiro (UA) Clara Sena está integrada numa expedição internacional aos mares no Sul do Japão. O objetivo é estudar o fundo daquele oceano e perceber o processo de movimento das placas tectónicas.
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A geóloga da Universidade de Aveiro (UA) Clara Sena está integrada numa expedição internacional aos mares no Sul do Japão. O objetivo é estudar o fundo daquele oceano e perceber o processo de movimento das placas tectónicas.

No âmbito do International Ocean Discovery Program (IODP) uma equipa internacional de 30 cientistas de onze países vai perfurar os sedimentos e rochas do fundo oceânico, para trazer para a superfície amostras que permitem entender como se iniciou o deslizamento da placa tectónica do Pacífico para baixo da placa tectónica das Filipinas, e como evoluiu esta fronteira entre placas ao longo da história do planeta.

No final da missão os investigadores esperam desvendar um dos maiores enigmas da Geologia: o que despoleta o deslizamento e mergulho, para o interior do planeta, de uma placa tectónica debaixo de outra. 

 
A formação e destruição de placas tectónicas é um processo fundamental do planeta Terra, com uma influência determinante na evolução física e química da Terra. Apesar da ciência conhecer já bem o processo de formação e destruição das placas, poucas são ainda as evidências de como é que o processo de destruição de placas se inicia.
 
A partir do navio Joides Resolution, e em plena bacia sedimentar japonesa de Amami Sankaku, a expedição 351 do IODP, um programa internacional de pesquisa marinha apoiado por 26 países que visa investigar a história e a estrutura da Terra a partir do registo de sedimentos e rochas, vai fazer descer uma máquina de perfuração no fundo oceânico, que naquela zona se situa a 4.720 metros de profundidade.

Os trabalhos vão ser coordenados pelo australiano Richard Arculus e pelo japonês Osamu Ishizuka, dois dos mais reputados cientistas mundiais no estudo da formação e destruição de rochas em zonas de fronteira entre placas tectónicas.

 
Perfurar as entranhas da terra 
 
Entre a equipa científica, Clara Sena, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, será responsável pelas análises físico-químicas e microbiológicas dos fluídos que vão ser extraídos dos poros dos sedimentos e rochas que os investigadores vão trazer para a superfície.

O estudo desses fluídos, explica a investigadora, “permitirá identificar processos geológicos tais como o fluxo de elementos químicos provenientes da placa tectónica do Pacífico, que está atualmente a mergulhar e a aquecer até se fundir, debaixo da placa tectónica das Filipinas”. Isso vai ajudar a perceber o que dá origem a este movimento das placas.

 
Investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA, Clara Sena tem-se dedicado ao estudo de fluídos em bacias sedimentares e à interação entre água, minerais e bactérias e a respetiva influência no ciclo do carbono no planeta Terra.
 
A viagem aos mares do Japão é uma estreia ao serviço do IODP. No entanto, já não é a primeira vez que Clara Sena se ‘aventura’ em alto mar. Em 2012 a investigadora esteve embarcada dois meses no navio Sarmiento de Gamboa, numa expedição organizada pelo Conselho de Investigação Científica de Espanha para investigação geofísica das rochas do Mar de Alborán, situado no extremo Oeste do Mar Mediterrâneo.

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