É eficaz em termos de isolamento térmico e acústico e é resistente ao fogo. Uma inovadora "espuma verde" criada por um investigador da Universidade de Aveiro já recebeu um prémio no congresso International Association of Advanced Materials, que decor
É eficaz em termos de isolamento térmico e acústico e é resistente ao fogo. Uma inovadora “espuma verde” criada por um aluno da Universidade de Aveiro promete trazer novas soluções na área da construção civil. A inovação mereceu ao investigador um prémio no congresso International Association of Advanced Materials, que decorreu em Março, na Índia.
Uma nova espuma foi criada a partir do crude glicerol (um subproduto do biodiesel) e já revelou um bom desempenho em termos de isolamento térmico e acústico e boa resistência ao fogo. A espuma está a ser testada no âmbito da tese de doutoramento de Nuno Gama, para diversas aplicações.
A apresentação de Nuno Gama sobre a resistência desta nova espuma ao fogo, no congresso da International Association of Advanced Materials (IAAM) que decorreu em Deli, na Índia, mereceu ao jovem investigador o “Young Scientist Award”.
A grande inovação de Nuno Gama é a utilização do crude glicerol sem pré-tratamento, o que resultou na patenteação do processo. Já há no mercado aplicações para o glicerol mas em estado purificado e sujeito, portanto, a pré-tratamento com os custos que estão associados a este processo químico.
Os ácidos gordos e ésteres metílicos que aparecem associados ao glicerol como subproduto do biodiesel (e que se perdem durante o pré-tratamento), são até favoráveis na homogeneização da estrutura, defende Nuno Gama que desenvolve a tese de doutoramento sob orientação de Artur Ferreira, diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), e de Ana Margarida Barros, professora do Departamento de Química da UA.
Espuma que retarda as chamas
A comunicação apresentada na Índia mostra como a adição de grafite expandida ao glicerol não purificado resulta numa espuma que trava a progressão do fogo, ao contrário do que acontece da espuma de poliuretano atualmente usada no isolamento dos edifícios. A adição de grafite expandida cria uma película que dificulta a reação com o oxigénio e a transferência de calor, resultando em menos calor e menor quantidade de fumo libertada.
No trabalho realizado para a tese de doutoramento a espuma foi ainda testada em diversas outras vertentes, como por exemplo, quanto à resistência mecânica e dureza e ao comportamento no isolamento acústico.
A este respeito, os resultados apresentados num encontro científico que decorreu na Suécia, em 2015, mostraram um comportamento igual ou melhor aos de materiais existentes no mercado.