Um investigador português descobriu uma forma de controlar a sensação de prazer produzida pela ingestão de açúcares, o que pode vir a potenciar o combate à obesidade. O estudo foi realizado nos Estados Unidos e usou ratos de laboratório como fonte de experimentação.
Albino Oliveira Maia concluiu que, no abdómen dos ratos existe um género de sensor que comunica com o cérebro, potenciando a sensação de prazer. O investigador português estudou durante dois anos este processo, indica a Lusa.
O que se comprovou foi que, ao injetar uma porção de glicose nesse tal sensor, a veia-porta, o cérebro reagia mais ao estímulo do açúcar, libertando mais dopamina, a molécula do prazer.
Pelo contrário, se a glicose fosse injetada na veia jugular, o estímulo era menor. Este estudo pode vir a ter grande importância no combate à obesidade, já que os alimentos açucarados são um dos grandes potenciadores da doença.
Albino Oliveira Maia desenvolveu a investigação na Universidade de Duke, onde trabalhou entre 2005 e 2010. Atualmente trabalha na Fundação Champalimaud e no Hospital S.Francisco Xavier, em Lisboa, na especialidade de psiquiatria, informa a Lusa.
As conclusões carecem agora de ser confirmadas em humanos. “Como sempre, a investigação biomédica é feita com base em pequenos passos”, explicou.
A investigação foi publicada hoje na revista internacional PLoS ONE.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes e Raquel Baêta]