Este dispositivo tem “uma capacidade extraordinária” e promete revolucionar o modo como é produzida a energia elétrica. Ricardo Ribeiro, do Centro de Física da Universidade do Minho (UMinho), acredita que este poderá ser “um novo paradigma na fotodeteção e na energia solar”.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, o investigador da UMinho (à direita) explica que a eletricidade gerada com este dispositivo é produzida de “uma forma limpa”, com base na utilização de “materiais amigos do ambiente”.
Um dos materiais utilizados na construção do mecanismo foi o grafeno, subproduto da grafite, descoberto em 2004 por Gaim e Novoselov, que é o material mais fino do mundo e, por isso, melhor condutor de eletricidade do que o cobre. Outra das vantagens da utilização deste material é a sua resistência, superior à do aço.
Um dos melhores conversores do mundo
“Por cada 100 fotões de luz, 30 são convertidos em eletricidade, o que o coloca entre os melhores conversores de luz em eletricidade que existem. E também já pode competir com as melhores células solares que se produzem, apesar de ser apenas um protótipo”, explica Ricardo Ribeiro.
Uma das possibilidades que este dispositivo oferece é a sua integração em muitos tipos de substrato, incluindo aqueles que são mais flexíveis, como o caso do plástico. “Vai ser possível ter células solares com alta eficiência embutida nas nossas roupas e a carregar os nossos telemóveis”, salienta Ricardo Ribeiro.
O estudo “Strong Light-Matter Interactions in Heterostructures of Atomically Thin Films” contou com a participação de Andre Geim e Konstantin Novoselov, os “Nobel do grafeno”, e de investigadores das universidades de Manchester (Reino Unido), Minho (Portugal), Freie (Alemanha), Nacional de Seul (Coreia do Sul), Nacional de Singapura (Singapura) e o Instituto de Tecnologia de Microeletrónica (Rússia).