Portugal tem a funcionar a partir de agora um sistema de captação da energia do vento capaz de obter resultados muito mais elevados que as tradicionais turbinas em terra. O Windfloat, como foi batizado, é um sistema inovador que graças à sua localização privilegiada capta ventos com um potencial energético bastante elevado.
“A tecnologia eólica em alto mar, mais concretamente o WindFloat, permitir-nos-á explorar ventos mais fortes e estáveis e, a médio prazo, assegurar energia sustentável para o nosso sistema elétrico. Este é o momento para a realização exaustiva de testes e para a validação, com vista a avançar no desenvolvimento desta tecnologia promissora. O WindFloat coloca a EDP na vanguarda da exploração eólica offshore”, disse em comunicado o presidente da empresa de energia, António Vidigal.
A turbina portuguesa resulta de um consórcio entre a EDP, a Inov Capital, plataforma de apoio ao empreeendedorismo, e a Principle Power, responsável pela construção de toda a tecnologia. Outros 60 parceiros europeus participaram no desenvolvimento do projeto.
O Windfloat partiu das instalações da Lisnave, em Setúbal, e encontra-se agora na costa da Aguçadoura (Póvoa do Varzim), a cerca de 350 quilómetros de terra. Até ao local, a turbina foi transportada por um rebocador, algo só possível graças à estabilidade do Windfloat, garante o comunicado da EDP.
Pretende-se alargar o projeto para o Oceano profundo
Além de ser a primeira turbina eólica em águas abertas no Oceano Atlântico, o Windfloat representa a “primeira colocação offshore de uma estrutura semi submersível que sustenta uma turbina eólica multi-megawatts”.
“Este é um momento histórico de cortar a respiração”, declarou Alla Weinstein, CEO da Principle Power. “De certa forma, estamos a dar um passo gigantesco em direção a novos recursos energéticos, à semelhança do que aconteceu na indústria do petróleo e do gás durante a década de 1970, quando começaram a ser utilizadas as estruturas flutuantes”.
A responsável pela tecnologia deste projeto acrescentou ainda que assim se demonstram “as capacidades do setor marítimo português para se adaptar e fornecer os recursos necessários ao fabrico e à implantação de uma estrutura offshore desta escala”.
Nas próximas semanas será concluído o processo de testes da turbina para que possa entrar em completo funcionamento. “O oceano (profundo) é a próxima grande fronteira energética”, afirmou António Vidigal, Presidente da EDP Inovação.
[Notícia sugerida por Elsa Martins e Vitor Fernandes]