Negócios e Empreendorismo

Portugal regista patente de ovo estrelado instantâneo

Um ovo estrelado instantâneo, produzido por uma máquina ainda em protótipo e pronto a consumir depois de aquecido no micro-ondas, vai ser a primeira patente portuguesa no sector dos ovos.
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Um ovo estrelado instantâneo, produzido por uma máquina ainda em protótipo e pronto a consumir depois de aquecido no micro-ondas, vai ser a primeira patente portuguesa no sector dos ovos. O protótipo foi apresentado esta segunda-feira, em Pombal, a Assunção Cristas, ministra da Agricultura, e os primeiros clientes chegarão dos mercados muçulmanos.
 
Em declarações à Lusa, o administrador do grupo nacional Derovo, líder do projeto “Egg Ready”, contou que esta “vai ser uma patente da primeira tecnologia portuguesa para o sector dos ovos, dominada por alemães e holandeses”. Segundo Amândio Santos, o produto, depois de embalado individualmente, pode ser consumido como um ovo estrelado normal após ir a um forno micro-ondas. 
 
De acordo com o gestor do grupo empresarial, este ovo instantâneo “não leva gordura”, o que o torna mais saudável, e é feito em três fases, variando o tempo de permanência na máquina “consoante se pretende a gema mais cozida ou mais líquida”.
 
Amândio Santos adiantou ainda à Lusa que os mercados muçulmanos estão “ávidos” por um produto desta natureza, assumindo-se como grandes destinatários da inovação. “É a grande aposta através do ovo congelado”, afirmou, acrescentando que “a Fly Emirates [companhia de aviação dos Emirados Árabes Unidos]] vai ser o primeiro cliente de catering deste produto”.

Projeto contou com a colaboração da Universidade do Minho

 
Este ovo estrelado patenteado foi desenvolvido em colaboração com a Universidade do Minho, uma colaboração que o líder da Derovo fez questão de destacar, salientando que “cada vez mais” as empresas têm dificuldades em alocar recursos financeiros às áreas da inovação.
 
“As universidades perceberam as necessidades das empresas e as empresas a linguagem das universidades. Hoje está criada uma relação de parceria perfeitamente possível para potenciar a inovação das empresas sem um custo demasiado elevado”, congratulou-se Amândio Santos.
 
António Vicente, docente daquela instituição de ensino superior, explicou que a Universidade do Minho estudou duas vertentes do projeto – por um lado, o processo de conservação do ovo e, por outro, a construção da máquina que o iria processar.
 
“A ideia era produzir, em contínuo, ovos estrelados que depois possam ser embalados, guardados durante um tempo razoável [três semanas em fresco e 18 meses em congelado] que permita a sua exportação e o consumo na hotelaria, restauração e serviços de catering”, esclareceu o professor do Departamento de Engenharia Biológica.
 
Para criar este produto, tiveram de ser estudadas temperaturas, tempos, formas de embalamento e a maneira de preservar o ovo “e garantir que teria a sua qualidade intacta” até ao final do processo, o que acabou por se confirmar.
 
O projeto teve um custo de cerca de 300 mil euros e surgiu após várias empresas clientes do grupo terem manifestado o seu desejo em relação a uma “solução” que eliminasse a presença de ovos com casca nas suas cozinhas, por uma questão de higene e segurança alimentar, revelou o diretor de produção da Derovo, Leonel Conceição.
 
Agora, o próximo passo da empresa é, “uma vez que o protótipo funciona lindamente” ao nível de produção em massa à escala industrial, projetar um equipamento cujo custo estimado é de cerca de meio milhão de euros.
 
Inovação saudada pela ministra da Agricultura
 
Assunção Cristas, ministra da Agricultura, assistiu, em Pombal, à apresentação do produto, observando a produção dos ovos estrelados que saíam de uma máquina (com a cadência de 100 ovos por hora) idealizada pelo Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho e construída pela firma Valinox, ambos parceiros no projeto “Egg Ready”.
 
“Até no ovo estrelado é possível inovar, não há limites à nossa imaginação”, defendeu Cristas após ser elucidada acerca do funcionamento da máquina. 
 
No âmbito da apresentação, a ministra frisou ainda que o ovo estrelado é “altamente nutritivo”, possuindo “todas” as proteínas diárias necessárias e, no caso do projeto do grupo Derovo, sem “o problema do colesterol” por não ter gordura na sua confeção. 

[Notícia sugerida por Pedro Sousa, Elsa Martins, David Ferreira, Raquel Baêta, Diana Rodrigues e Vítor Fernandes]

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