Portugal prevê fornecer à Venezuela 153,4 milhões de dólares (112,1 milhões de euros) em bens alimentares, segundo dados do Ministério de Economia (ME) português divulgados pela Lusa. Foram também assinados acordos noutras áreas - como a energia, har
Portugal prevê fornecer à Venezuela 153,4 milhões de dólares (112,1 milhões de euros) em bens alimentares, segundo dados do Ministério de Economia (ME) português divulgados pela Lusa. Foram também assinados acordos noutras áreas – como a energia, hardware, construção civil e petróleo – que vão reforçar as trocas comerciais entre os dois países. À margem da 5ª reunião da Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral realizada em Caracas, o secretário de Estado do Comércio afirmou que Portugal quer que a Venezuela passe rapidamente a estar no top 10 dos clientes das exportações portuguesas a nível mundial.
“No âmbito da reunião, as empresas portugueses apresentaram proposta para fornecimento de diverso produtos e serviços e desenvolvimento de projetos que deverão dar origem a ordens de compra e/ou contratos: Bens alimentares (153,4 milhões de dólares), logística alimentar e equipamento de frio (115 milhões de dólares – 84,11 milhões de euros) e cabos de fibra ótica”, explica um comunicado do ME.
O documento, a que a Agência Lusa teve acesso, começa por sublinhar que “foi efetuada uma avaliação do desenvolvimento dos diversos projetos de cooperação bilateral”.
Segundo o ME “foi decidida a aplicação de recursos no valor total de 205,2 milhões de dólares (150,06 milhões de euros) a diversos projetos, nas áreas de infraestruturas” dos quais 148,8 milhões de dólares para as obras de ampliação e modernização do porto de La Guaira.
Por outro lado, precisa que durante a reunião Lisboa e Caracas acordaram compras de alimentos por 10 milhões de dólares, o fornecimento e montagem e 31 extensões de supermercados, por 25 milhões de dólares, 3 milhões de dólares em portáteis Canaima (nome local do Magalhães) e 19,5 milhões de dólares em projeto de eletricidade, nomeadamente no que respeita a linhas de alta tensão e uma unidade piloto para geração eólica.
Adicionalmente foram celebrados acordos para o fornecimento de “kits” de componentes para o fabrico local de 20.000 computadores portáteis, pelo valor indicativo de cerca de 140 milhões de dólares.
Por outro lado, o Ministério das Obras Públicas venzuelano e a empresa Lena identificaram “o local para a construção de cerca de 6.256 das habitações previstas no contrato já celebrado e estabeleceram os pormenores finais para dar início às obras” que terão lugar na localidade de Cúa, Valles del Tuy, a sul de Caracas.
O documento termina explicando que “decorreram ainda as negociações que deverão dar origem nos próximos dias à assinatura do contrato para a aquisição do ferry Atlântida, produzido pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que deverá prestar serviços no âmbito do turismo social na Venezuela”. “Acordou-se um valor de 42,5 milhões de euros para o barco”, conclui.
Foi ainda acordada a renovação do contrato de fornecimento de crude por um período de 12 meses entre a Galp (portuguesa) e a Pdvsa (empresa petrolífera estatal venezuelana), “que estipula a aquisição, por parte da Galp de 1 milhão de barris com a opção de 1 milhão adicional”.
Além da Venezuela, Portugal está a explorar novas oportunidades de negócios e reforço das relações bilaterais no Panamá e na Colômbia, acrescentou, em Caracas, o secretário de Estado do Comércio português, citado pela Lusa.