O estudo Enabling Digitalization Index (EDI) 2018 apresenta a capacidade de cada país de criar as condições necessárias para o sucesso dos negócios numa economia global cada vez mais digitalizada.
Numa escala de 0 a 100, foram analisados 115 países, tendo em conta parâmetros como: regulamentação (flexibilidade para a digitalização), conhecimento (qualificação na formação e educação superior dos colaboradores das empresas e investimento das empresas em projetos de I&D e parcerias universitárias), conectividade (redes seguras e acessíveis para a transformação digital), infraestruturas (rede de internet, servidores seguros e subscrições a telefones e telemóveis) e, por último, dimensão do mercado (número de utilizadores de internet e o seu rendimento).
Portugal a subir em relação ao ano passado
Portugal situa-se em 32º lugar no ranking, destacando-se essencialmente pela sua regulamentação, pelo nível de conhecimento e pela conectividade. Tendo em conta o universo de países que constituem a União Europeia, verificamos que Portugal está posicionado em 17º lugar. Esta posição é afetada pela pontuação atribuída a dois parâmetros: dimensão do mercado e infraestruturas. No entanto, é de assinalar que relativamente aos aspetos regulamentares Portugal (82,6) situa-se acima de França (81,3) e da Bélgica (73,3) e compara muito bem com a Espanha (82,9). Também no que respeita ao parâmetro “conhecimento”, Portugal (61,6) situa-se acima de Espanha (58,7) e Itália (59,8). No que respeita aos países da OCDE, Portugal situa-se em 26º lugar no ranking.
EUA no topo do mundo digital
Os Estados Unidos lideram o ranking da flexibilidade para a digitalização, com uma pontuação de 87 em 100. O país beneficia de um amplo mercado, um forte ecossistema de conhecimento e um ambiente de negócio favorável – três grandes áreas alinhadas com as condições da transformação digital.
Europa Ocidental: os benefícios do mercado único?
A Europa Ocidental destaca-se pela criação do ambiente certo para os negócios vingarem na era digital, com 16 países europeus posicionados no top 30. Quatro destes chegaram mesmo ao top 5: a Alemanha, a Holanda, a Suíça e o Reino Unido. Estima-se que a região terá beneficiado da construção da União Europeia: práticas de negócio alinhadas, infraestrutura logística avançada e um ecossistema de conhecimento mais forte.
O caso mais surpreendente foi o da Alemanha, que se posicionou como o segundo melhor com uma pontuação global de 75,3, e tornando-se líder na Europa. Os efeitos da digitalização são menos visíveis que nos EUA (agentes menos fortes no mercado global), mas tanto a Alemanha como a Holanda, demonstram ter bases robustas, com um ecossistema de infraestruturas logísticas, de conectividade de know-how sólidas.
Este relatório também destaca alguns padrões que se verificaram na região dos países Nórdicos, com um ambiente de inovação e conhecimento sólido, polos financeiros e de comércio pequeno que beneficiam de infraestruturas logísticas e um ambiente propício ao negócio, ao invés dos grandes países da Europa que ocupam uma maior quota de mercado.
Ásia-Pacífico: Campeões e estrelas em ascensão
A região da Ásia-Pacífico também demonstra apoiar a transformação digital: dos 30 mercados melhor posicionados no ranking, 8 são da Ásia-Pacífico – Japão (7º), Singapura (8º), Hong Kong (9º), Coreia do Sul (10º), China (17º), Austrália (20º), Nova Zelândia (22º) e Malásia (30º)
As melhorias registadas na Tailândia, Índia e Indonésia destacam-se face ao ano passado; estas são as nossas quatro estrelas em ascensão da região. Sendo um gigante demográfico, a China beneficia muito da dimensão do seu mercado e só não se encontra melhor posicionada devido à fraca qualidade da conectividade.
América Latina, Médio Oriente e África: Em atraso, apesar dos focos de inovação
Na América Latina, a fraca conectividade, falta de infraestrutura logística e de inovação são os principais obstáculos. Destacam-se o Chile (43º) e o México (52º), graças às condições propícias ao negócio que criaram e à significativa dimensão de mercado do México.
No Médio Oriente, os Emirados Árabes Unidos lideram (24º), com uma impressionante pontuação no que toca à infraestrutura devido a sua posição enquanto pólo comercial, enquanto, a Arábia Saudita, por outro lado, se posiciona no 50º lugar e o Egito no 80º.
Em África, a África do Sul (46º) vai na frente. O país africano a seguir-se no ranking é o Quénia (70º), que deve a sua pontuação ao desempenho ao nível das infraestruturas. A Nigéria ocupa o 100º lugar, entre os 115 países avaliados, apesar da dimensão substancial do seu mercado.
Desenvolver regulamentação digital, construir capital humano, utilizar setores e territórios-chave, apostar nas estratégias logísticas e reduzir as desigualdades digitais são cinco das estratégias mais tidas em conta neste estudo.
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