Apesar de não ter sido estabelecida uma relação entre a exposição à radiação eletromagnética e os efeitos de saúde, a OMS pretende definir valores aceitáveis quanto a esta matéria de forma a salvaguardar o bem-estar da população mundial.
O INOV-INESC do Instituto Superior Técnico (IST), de Lisboa, representa Portugal neste projeto europeu, que quer diminuir a exposição sem reduzir a qualidade dos serviços dos aparelhos eletrónicos.
Luís Correia, professor do IST, explicou à agência Lusa que hoje se estima que haverá “mais 50% de potências a radiarem dentro de 10 a 20 anos, devido ao aumento do tráfego”.
As 17 entidades europeias envolvidas no projeto Lexnet (Low EMF Exposure Networks) vão desenvolver um índice para contabilizar a exposição às radiações eletromagnéticas da população na sua atividade diária, “quando estão a utilizar o telemóvel e quando não estão, quando estão em casa, nos transportes ou na rua”.
“O projecto surge numa perspetiva de futuro, pois o número de sistemas [de comunicação] sem fios está a aumentar, o que quer dizer que o valor e o número de fontes de radiações” também será maior, salienta Luís Correia, do INOV-INESC.
O coordenador da participação portuguesa no projeto europeu garante que em Portugal “as medições na rua registam valores muito abaixo desses níveis”.
A base deste trabalho, que vai decorrer até 2015, são os telemóveis de segunda, terceira e quarta gerações, a Internet sem fios e outros aparelhos que contribuem para o aumento dos níveis de radiação.