Portugal - em particular, o Douro - é a região vinícola "mais excitante do planeta". É esta a crença de Matt Kramer, crítico de vinhos norte-americano da prestigiada revista Wine Spectator, que decidiu mudar-se, na companhia da mulher, para o Porto.
Portugal – em particular, o Douro – é a região vinícola “mais excitante do planeta”. É esta a crença de Matt Kramer, crítico de vinhos norte-americano da prestigiada revista Wine Spectator, que decidiu mudar-se, na companhia da mulher, para a cidade do Porto, que de imediato se tornou o seu “lar” em território português.
Depois de ter vivido em locais tão díspares como Buenos Aires, Melbourne ou Veneza, Kramer e a esposa, Karen, que já tinham passado por vários países da Europa mas nunca se tinham interessado por Portugal por acharem ser possível, no passado, “saborear nos vinhos [à exceção do Vinho do Porto] a falta de ambição”, acabaram, recentemente, por se apaixonar pelo país e, em especial, pelo Douro vinhateiro.
À medida que foi provando as novas produções vínicolas portuguesas, o norte-americano mudou de perspetiva. “Algo parecia estar a transformar-se ou, pelo menos, assim o sugeriam os vinhos. Portanto, no ano passado, visitámos Portugal duas vezes. Amei o que vimos, quem conhecemos, o que comemos e, acima de tudo, o que saboreei”, conta numa crónica publicada esta terça-feira na Wine Spectator.
No decurso de uma análise mais profunda aos vinhos portugueses, “o que, inicialmente, parecia promissor – e muito agradável – veio a revelar-se nada mais, nada menos do que revolucionário”, partilha Kramer, que não hesitou em propor à mulher ir viver alguns meses para a cidade Invicta.
“Cheguei àquilo que, confesso abertamente, é uma conclusão emocional: Portugal é – discutivelmente – a região vínica mais excitante do planeta neste momento”. E porquê apenas discutivelmente? Porque este é somente um sentimento, o sentimento genuíno “de um amante do vinho”. No entanto, “isso é tudo o que importa”, defende o especialista.
No artigo publicado na prestigiada revista norte-americana, Kramer realça que, “da mesma forma que todos temos de conhecer o Grand Canyon antes de morrer, o mesmo se aplica – pelo menos, para os apaixonados pelo vinho – à região vinhateira do Douro”, descrita pelo crítico como “alucinante” e impossível de ser comparada com qualquer outra.
Além disso, elogia, é uma região em mudança, já que não se limita apenas à produção do vinho do Porto – ainda assim, o “rei” das vinhas durienses e que “dificilmente desaparecerá”. “Nos últimos 15 anos, cerca de metade da produção da região do Douro tornou-se de vinho de mesa”, nota o cronista.
“É verdadeiramente incrível. Não conheço nenhuma outra zona vinícola significativa em termos históricos que se tenha transformado a este nível”, acrescenta Kramer, considerando os novos vinhos portugueses “impressionantes e de classe mundial em termos de originalidade, sabor, caráter, profundidade e elegância”.
No entanto, e embora o Douro seja “muito interessante”, o crítico vinícola faz questão de vincar que esta não é a verdadeira razão pela qual escolheu viver em Portugal: esta prende-se, em vez disso, com as uvas, já que o país “é o lar de um número impressionante de variedades de uva” que criam “vinhos de uma originalidade suprema”.
A juntar-se à qualidade está, claro, o preço. “Portugal oferece, hoje, provavelmente, alguns dos melhores vinhos do mercado em termos de valor”, sublinha Kramer. “As conquistas portuguesas ainda são recentes e a palavra ainda não se espalhou. É por isso que estou aqui”, conclui.
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Notícia sugerida por Maria da Luz