Em 2010, foi feito pela primeira vez em Portugal um inquérito nacional a mais de 6.000 pessoas para identificar quem sofria desta doença. Nesse inquérito, foi utilizado o CARAT – Controlo da Asma e Rinite Alérgica, uma ferramenta desenvolvida por mais de 100 médicos portugueses para controlar estas doenças e que estará este sábado em debate no Congresso da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.
“Pela primeira vez, soubemos a prevalência real da doença e como está o estado do controlo da patologia” em Portugal, disse à agência Lusa João Fonseca, coordenador do projeto e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Segundo o estudo, havia cerca de 700 mil doentes com asma activa em 2010. Se forem consideradas as pessoas que já tiveram asma durante a vida, esse número sobe para 1,8 milhões de portugueses.
“Foi com alguma surpresa e com muita alegria” que os investigadores observaram que a proporção de asmáticos controlados (57%) é maior do que em muitos países do mundo, adiantou o investigador, apontando como explicação para estes resultados “a forma como a asma tem sido tratada, principalmente ao longo da última década”.
Estes resultados são “motivo de grande orgulho”, mas não são suficientes: “É a questão do copo meio cheio, meio vazio porque nós sabemos que 95 por cento dos asmáticos podiam estar bem controlados”, frisou.
O objetivo para os próximos anos, e que o CARAT pode ajudar a alcançar, é aumentar dos 50 para os 90% o número de asmáticos com a doença controlada, com uma boa qualidade de vida, que não recorrem à urgência e não faltam ao trabalho e à escola.