Investigadores portugueses estão a desenvolver, em conjunto com a universidade norte-americana de Carnegie-Mellon, um sistema de tradução automática que permite traduzir um orador para outra língua, utilizando a própria voz. A tecnologia PT Star p
Quando o PT STAR estiver concluído será possível, por exemplo, ouvir um noticiário estrangeiro em português com a voz do próprio apresentador e vice-versa. A mesma tecnologia poderá ser aplicada em filmes e em situações do dia-a-dia, por exemplo no caso de alguém que se desloque a um país estrangeiro cuja língua não domina.
A coordenadora do projeto, Luísa Coheur, explicou ao Boas Noticias que a tradução Fala para Fala tem por base três grandes componentes. Primeiro é necessário um reconhecedor de fala, que transcreve o que está a ser dito na língua original, depois o texto passa pelo sistema tradutor que traduz para a língua alvo e, finalmente, é necessário um sintetizador que converte para áudio e na língua alvo o resultado do tradutor.
Para fazer a tradução, o PT-STAR recorre ao tradutor Moses, “um sistema amplamente usado pela comunidade científica”, salienta Coheur. Tal como acontece com outros tradutores automáticos, também com o Moses poderá escapar uma tradução errada de uma palavra isolada do contexto.
Mas a coordenadora do projeto salienta que “nos últimos anos os motores de tradução têm evoluído muito” e muitas vezes “ficamos surpreendidos pela positiva com a qualidade da tradução”.
Por enquanto, os investigadores estão a apostar nos sistemas de Tradução Automática de Fala para Fala de português para inglês e vice-versa, mas a Universidade de Macau já está a trabalhar na aplicação da tecnologia à língua chinesa e outras línguas poderão ser adicionadas quando o PT STAR estiver completamente operacional.
O projeto está a ser desenvolvido desde maio de 2009 numa constante colaboração com a Carnegie Mellon, através de email e de Skype mas também de intercâmbios. “O ano passado tivemos a visita do Professor Alan Black, o coordenador deste projeto nos EUA, e também do Gopala Krishna Anumanchipalli, um dos alunos do programa de doutoramento Carnegie Mellon/Portugal”. Nos EUA está “um aluno português, o João Miranda, a completar o seu primeiro ano de doutoramento”, explica Luísa Coheur.
Em Portugal o projeto está a ser desenvolvido em conjunto por investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Investigação e Desenvolvimento (INESCID), do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa (CLUL) e da Universidade da Beira Interior (UBI).
O PT STAR é um dos 10 projetos incluído no Carnegie Mellon/Portugal que junta várias universidades portuguesas e a universidade norte-americana. Os projetos têm uma duração de cerca de cinco anos e abrangem mais de 160 estudantes portugueses.
[Notícia sugerida pelo utilizador Miguel Tobias]