Esta manhã, a sessão plenária no Parlamento vai discutir e votar vários projetos de resolução do PCP, Bloco de Esquerda, PS e Partido Ecologista “Os Verdes” em prol dos direitos das mulheres, que passam pelo combate ao empobrecimento das mulheres e às discriminações salariais e pelo alargamento da proteção da parentalidade, entre outros temas.
Também de manhã, a Confederação geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-In) assinala o Dia Internacional da Mulher com ações nos locais de trabalho e nas ruas, estando previsto que o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) promova plenários e realize uma tribuna pública, na qual vai denunciar casos de discriminação laboral de mulheres.
Mais à tarde, pelas 15:00, a secretária de Estado Teresa Morais promove, no auditório novo da Assembleia da República, um colóquio para assinalar o Dia Internacional da Mulher, sob o tema “Decidir em igualdade: paridade na tomada de decisão económica”.
As iniciativas multiplicam-se um pouco por todo o país, como, por exemplo, em Braga, com uma tertúlia sobre “Género, minorias e multiculturalismos”, organizada pela associação cabo-verdiana. Em Coimbra, com uma concentração organizada pela União de Mulheres Alternativa e Resposta. E no Porto, com um jantar tertúlia do “Ciclo Feminino”, com a presença das escritoras Isabel Alçada e Luísa Castel-Branco.
Portuguesas trabalham mais 65 dias para terem mesmo ordenado
O Dia da Mulher ficou para história depois de uma greve inédita organizada, em Março de 1857, por centenas de operárias de uma fábrica, em Nova Iorque (EUA), para reivindicar melhores condições de trabalho.
Aquelas mulheres exigiam, por exemplo, a redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas diárias), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber um terço do salário de um homem) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
Muita coisa mudou entretanto, mas os dados da Comissão Europeia revelam que, em Portugal, as mulheres ainda têm de trabalhar mais 65 dias do que os homens, para terem o mesmo ordenado, já que ganham em média menos 18%.
Nos eventos nacionais, será lembrada a presença residual de mulheres nos conselhos de administração das maiores empresas portuguesas, representando apenas 6% do total, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que refere existirem 162 mil empresárias, em Portugal.
Apesar de estarem em clara minoria nos conselhos de administração, em 2011, havia 162 mil mulheres que eram empregadoras (35% do total nacional). Com uma idade média de 43,1 anos, uma em cada quatro empresárias possui um curso superior.